ONU firma parceria com instituição do Amazonas para combater fome causada por pandemia


20 de junho de 2020
ONU firma parceria com instituição do Amazonas para combater fome causada por pandemia
A Aliança conta com o apoio de 73 instituições e prefeituras e beneficia mais de 19 mil famílias (Reprodução/Divulgação - FAS)

Da Revista Cenarium *

MANAUS – As ações contra o avanço e as consequências da Covid-19 em comunidades carentes e distantes do Amazonas ganharam um reforço importante, nesta semana, com a assinatura de um Protocolo de Intenções firmado entre a Fundação Amazonas Sustentável (FAS) e o Centro de Excelência contra Fome do Programa Mundial de Alimentos das Nações Unidas (WFP), considerada a maior e principal agência humanitária das Organizações das Nações Unidas (ONU).

O protocolo faz parte das atividades lideradas pela “Aliança dos Povos Indígenas e Populações Tradicionais e Organizações Parceiras do Amazonas para o Enfrentamento do novo Coronavírus”, coordenada pela FAS.

A Aliança conta com o apoio de 73 instituições e prefeituras e beneficia mais de 19 mil famílias, estabelecendo condições de atendimento e ações de saúde, suprindo necessidades como alimentos, entre outras atividades.

O superintende geral da FAS, Virgílio Viana, informou que o Protocolo de Intenções promoverá a distribuição de alimentos em comunidades carentes, principalmente do interior do Estado, com sensibilização sobre desafios da segurança alimentar e nutricional, além de possíveis abordagens para contribuir com a erradicação da fome e a promoção do Objetivo do Desenvolvimento Sustentável 2 (ODS 2) – Fome Zero e Agricultura Sustentável.

Cestas básicas chegam às comunidades, levando esperança e alento, depois de um período de isolamento forçado (Reprodução/Divulgação – FAS)

Debate sobre segurança alimentar

Para debater mais sobre o assunto, nessa semana, foi realizado o webinar “Segurança Alimentar na Amazônia”, por meio do Facebook da FAS.

Entre os participantes, estava o diretor do Centro de Excelência contra a Fome e representante do WFP, Daniel Balaban.

“A WFP – Programa Mundial de Alimentos das Nações Unidas – atua em mais de 80 países e mobiliza um grande aparato logístico com o objetivo de levar alimentos para pessoas de baixa renda e populações que vivem em lugares distantes”, informou o representante da ONU.

“A pandemia do novo Coronavírus acelerou um processo que já estava acontecendo no Brasil, que é o aumento da fome e uma volta da extrema pobreza para muitas pessoas”, lamentou Balaban.

“Por isso, a parceria que a WFP está fazendo com a Aliança, por meio da FAS, tem grande importância para amenizar essa situação em comunidades do Amazonas”, exortou Daniel.

“Temos também que pensar no pós-pandemia, propondo políticas públicas sustentáveis, principalmente para os povos da Amazônia”, direcionou.

Segurança alimentar indígena

Mulheres, idosos e crianças são alvo permanente das ações da ‘Aliança Covid’, para mitigar os efeitos da pandemia nas comunidades tradicionais (Reprodução/Divulgação – FAS)

Outro participante do webinar, o representante da Comunidade que Sustenta a Agricultura (CSA/Manaus), Ariel Molina, ressaltou a importância de se pensar na segurança alimentar indígena.

Segundo ele, muitos indígenas têm a alimentação baseada em frutas da floresta, insetos comestíveis e também dependência na compra de “produtos urbanos”.

“Com a pandemia e o fechamento dos comércios, muitos indígenas tiveram dificuldades para ter acesso a esses produtos da vida urbana”, descreveu.

“Porém, eles acabaram se organizando internamente para explorar as cadeias extrativistas com café, banana, castanha e outros. Por isso, temos que pensar em como trabalhar essas duas coisas voltadas para as comunidades indígenas”, observou.

Incentivos

Já um dos coordenadores do programa Onisafra, Macaulay Souza, afirmou que é preciso causar uma reflexão sobre o consumo dos alimentos para incentivar a venda de produtos regionais e das Plantas Alimentícias Não Convencionais (PANCs) da Amazônia.

Segundo ele, atualmente, a população do Amazonas consome 70% de frutas e verduras de outros Estados, e é preciso mudar esse ritmo de consumo.

A representante da Rede Maniva, Renata Farias, afirmou que além de mudar a forma de consumo, é necessário criar políticas públicas sérias para fortalecer a agricultura familiar e a produção orgânica de alimentos.

Ela ainda sugeriu a criação de aplicativos para ajudar na venda desses produtos e ações para melhorar o escoamento da produção.

(*) Com informações da Assessoria de Imprensa

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