ONU firma parceria com instituição do Amazonas para combater fome causada por pandemia

A Aliança conta com o apoio de 73 instituições e prefeituras e beneficia mais de 19 mil famílias (Reprodução/Divulgação - FAS)

Da Revista Cenarium *

MANAUS – As ações contra o avanço e as consequências da Covid-19 em comunidades carentes e distantes do Amazonas ganharam um reforço importante, nesta semana, com a assinatura de um Protocolo de Intenções firmado entre a Fundação Amazonas Sustentável (FAS) e o Centro de Excelência contra Fome do Programa Mundial de Alimentos das Nações Unidas (WFP), considerada a maior e principal agência humanitária das Organizações das Nações Unidas (ONU).

O protocolo faz parte das atividades lideradas pela “Aliança dos Povos Indígenas e Populações Tradicionais e Organizações Parceiras do Amazonas para o Enfrentamento do novo Coronavírus”, coordenada pela FAS.

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A Aliança conta com o apoio de 73 instituições e prefeituras e beneficia mais de 19 mil famílias, estabelecendo condições de atendimento e ações de saúde, suprindo necessidades como alimentos, entre outras atividades.

O superintende geral da FAS, Virgílio Viana, informou que o Protocolo de Intenções promoverá a distribuição de alimentos em comunidades carentes, principalmente do interior do Estado, com sensibilização sobre desafios da segurança alimentar e nutricional, além de possíveis abordagens para contribuir com a erradicação da fome e a promoção do Objetivo do Desenvolvimento Sustentável 2 (ODS 2) – Fome Zero e Agricultura Sustentável.

Cestas básicas chegam às comunidades, levando esperança e alento, depois de um período de isolamento forçado (Reprodução/Divulgação – FAS)

Debate sobre segurança alimentar

Para debater mais sobre o assunto, nessa semana, foi realizado o webinar “Segurança Alimentar na Amazônia”, por meio do Facebook da FAS.

Entre os participantes, estava o diretor do Centro de Excelência contra a Fome e representante do WFP, Daniel Balaban.

“A WFP – Programa Mundial de Alimentos das Nações Unidas – atua em mais de 80 países e mobiliza um grande aparato logístico com o objetivo de levar alimentos para pessoas de baixa renda e populações que vivem em lugares distantes”, informou o representante da ONU.

“A pandemia do novo Coronavírus acelerou um processo que já estava acontecendo no Brasil, que é o aumento da fome e uma volta da extrema pobreza para muitas pessoas”, lamentou Balaban.

“Por isso, a parceria que a WFP está fazendo com a Aliança, por meio da FAS, tem grande importância para amenizar essa situação em comunidades do Amazonas”, exortou Daniel.

“Temos também que pensar no pós-pandemia, propondo políticas públicas sustentáveis, principalmente para os povos da Amazônia”, direcionou.

Segurança alimentar indígena

Mulheres, idosos e crianças são alvo permanente das ações da ‘Aliança Covid’, para mitigar os efeitos da pandemia nas comunidades tradicionais (Reprodução/Divulgação – FAS)

Outro participante do webinar, o representante da Comunidade que Sustenta a Agricultura (CSA/Manaus), Ariel Molina, ressaltou a importância de se pensar na segurança alimentar indígena.

Segundo ele, muitos indígenas têm a alimentação baseada em frutas da floresta, insetos comestíveis e também dependência na compra de “produtos urbanos”.

“Com a pandemia e o fechamento dos comércios, muitos indígenas tiveram dificuldades para ter acesso a esses produtos da vida urbana”, descreveu.

“Porém, eles acabaram se organizando internamente para explorar as cadeias extrativistas com café, banana, castanha e outros. Por isso, temos que pensar em como trabalhar essas duas coisas voltadas para as comunidades indígenas”, observou.

Incentivos

Já um dos coordenadores do programa Onisafra, Macaulay Souza, afirmou que é preciso causar uma reflexão sobre o consumo dos alimentos para incentivar a venda de produtos regionais e das Plantas Alimentícias Não Convencionais (PANCs) da Amazônia.

Segundo ele, atualmente, a população do Amazonas consome 70% de frutas e verduras de outros Estados, e é preciso mudar esse ritmo de consumo.

A representante da Rede Maniva, Renata Farias, afirmou que além de mudar a forma de consumo, é necessário criar políticas públicas sérias para fortalecer a agricultura familiar e a produção orgânica de alimentos.

Ela ainda sugeriu a criação de aplicativos para ajudar na venda desses produtos e ações para melhorar o escoamento da produção.

(*) Com informações da Assessoria de Imprensa

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