‘Oportunidade de conspirar contra Bolsonaro eu tive, só não quis’, diz Rodrigo Maia


24 de janeiro de 2021
‘Oportunidade de conspirar contra Bolsonaro eu tive, só não quis’, diz Rodrigo Maia
A postura de Rodrigo Maia sinaliza confronto com o presidente Jair Bolsonaro.(Reprodução/Internet).

Com informações do O Globo

MANAUS – Com a aproximação do fim do mandato presidencial na Câmara Federal, Rodrigo Maia (DEM-RJ) acena para um confronto com o presidente Jair Bolsonaro (sem partido). Ao conceder entrevista para O Globo, o deputado relembrou um diálogo com o presidente sobre a possibilidade de conspirar contra o chefe do Executivo nacional.

“O senhor fica achando que tem conspiração contra o senhor, não tem nenhuma. O senhor não pode esquecer que eu tive a possibilidade de conspirar e ser presidente da República e não fiz”, disse Maia, referindo-se, no entanto, às crises que quase derrubaram Michel Temer.

Sobre o impeachment de Bolsonaro, Maia trata a discussão do impeachment como questão de tempo, mas defende “racionalidade” para que Bolsonaro não se fortaleça em um processo frustrado. Cita Donald Trump como alerta, para ele, a negativa do processo pelo Senado deu capital político ao republicano, que o desperdiçou com o negacionismo na pandemia.

Pedido de impeachment

No último dia 20, juristas entregaram a Rodrigo Maia (DEM-RJ) um novo pedido de impeachment contra o presidente da República Jair Bolsonaro. Em meio à pandemia de covid-19, o documento foi entregue virtualmente e é assinado por 1.450 ex-alunos da Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo (USP). O documento cobra expressamente Maia e o futuro presidente da Câmara:

O texto ressalta que, em tempos de pandemia, “nada é mais urgente que a saúde, expressa na forma de planejamento, fomento à pesquisa, aquisição e distribuição de insumos, empoderamento da ciência e da medicina na forma de cuidado a todos e a cada cidadão”. Porém, os signatários do pedido afirmam que tais expectativas foram frustradas e que a rede social Twitter, uma empresa privada como enfatizam, precisou sinalizar que Bolsonaro e o Ministério da Saúde propagam informações mentirosas.

“Precisamos repetir para entendermos a gravidade da situação: nosso Ministério da Saúde, contrariando a ciência, o bom-senso, o dever de nos prover de proteção, foi repreendido publicamente por faltar à verdade com um país assolado com mais de 200 mil oficialmente mortos por Covid. Mentiu para agradar o líder de uma turba de genocidas que acabaram alçados a dirigentes do nosso país numa das piores trapaças da história.”

Os juristas reforçam que a Constituição disciplina a atuação das instituições, principalmente para o dever de promoção do bem a todos os brasileiros. “Se é dever democrático aguardar a próxima rodada eleitoral para cobrar a responsabilidade política de maus gestores, a Constituição nos confere um botão de pânico quando o risco de continuidade de um mau mandato coloca em xeque o funcionamento do próprio Estado e a vida dos nossos cidadãos. É o que, infelizmente, temos vivido em especial nesses últimos 12 meses”, diz o pedido.

Além do pedido apresentado nessa quarta, há outros 61 protocolados na Câmara contra Jair Bolsonaro. Grupo formado por PT, PCdoB, Rede Sustentabilidade, PDT e PSB anunciou que nesta semana também deve apresentar um novo pedido de afastamento do presidente da República.

Leia a íntegra do pedido:

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