Após reação de bolsistas, governo federal libera recursos para Capes


09 de dezembro de 2022
Sede da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes). (Divulgação)
Sede da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes). (Divulgação)

Marcela Leiros – Da Revista Cenarium

MANAUS – Entre os assuntos mais comentados nas redes sociais nos últimos dias, com a hashtag #pagueminhabolsa, o Ministério da Educação (MEC) anunciou na quinta-feira, 8, a liberação de R$ 210 milhões para o pagamento de 200 mil bolsistas da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes). O valor garante o benefício deste mês de dezembro e deve ser realizado até a próxima terça-feira, 13.

Estudantes que dependem do pagamento das bolsas estavam preocupados com o bloqueio de recursos anunciados nesta semana. Na terça-feira, 6, a Capes divulgou nota oficial afirmando que, após bloqueios orçamentários na pasta, não teria dinheiro para pagar as mais de 200 mil bolsas destinadas a alunos de mestrado, doutorado e pós-doutorado. Na manhã da quinta-feira, a pasta havia conseguido, junto ao MEC, o desbloqueio de R$ 50 milhões.

Indignados com o bloqueio e o risco de não receberem o dinheiro mensal, bolsistas se posicionaram no Twitter e manifestações foram realizadas em vários cantos do País. “Bolsa é salário!”, disse uma internauta, com fotos de um ato de estudantes.

(Reprodução/ Twitter)

Mais um capítulo onde a educação pública do Brasil é sabotada por um desgoverno que odeia a educação e quem a defende. Pessoas dependem dessas bolsas pra viver e continuar estudando, e as instituições, para oferecerem o mínimo de estrutura pra que isso ocorra #PagueMinhaBolsa“, disse outra internauta.

(Reprodução/ Twitter)

Pagamentos prioritários

A edição do Decreto n° 11.269, de 30 de novembro de 2022, zerou por completo a autorização para desembolsos financeiros durante o mês de dezembro, impondo restrições orçamentárias a todos os Ministérios e entidades federais. No Amazonas, a Universidade Federal do Amazonas (Ufam), por exemplo, anunciou estar sem verbas para arcar com contratos de água, luz e terceirizados já previstos no orçamento.

Leia também: Sem dinheiro para água e luz, Ufam tem corte de R$ 13 milhões no orçamento

Pedido de esclarecimentos

Nessa quarta-feira, 7, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Dias Toffoli, deu 72 horas para que o governo federal explique o bloqueio de recursos na educação que inviabilizou o pagamento dos bolsistas da (Capes) e de médicos residentes no mês de dezembro. O despacho foi dado no Mandado de Segurança 38893.

O ministro é o relator de uma ação da União Nacional dos Estudantes (UNE), pela Associação Nacional dos Pós-Graduandos (ANPG) e pela União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (Ubes), apresentada ao Supremo contra a medida do governo federal.

“Dada a relevância do tema e considerando que o debate dos autos envolve diretamente a atuação da Fundação Coordenação de Aperfeiçoamento de Ensino Superior (Capes), notifique-se a entidade para que, querendo, apresente informações nos autos, em prazo concomitante de 72 (setenta e duas) horas”, afirmou o magistrado.

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