PC-AM vai investigar se morte da avó de Djidja ocorreu por uso de drogas

Medicamentos apreendidos pela PC (Reprodução/Luiz André/CENARIUM)
Carol Veras – Da Revista Cenarium

MANAUS (AM) – O delegado adjunto da Delegacia Especializada em Homicídios e Sequestros (DEHS), Daniel Antony, informou, nesta sexta-feira, 31, que a Polícia Civil do Amazonas (PC-AM) vai investigar se a morte da avó da ex-item do Boi Garantido Djidja Cardoso, Maria Venina de Jesus Cardoso, de 82 anos, que faleceu no ano passado, também foi causada pelo uso excessivo de medicamentos.

Após a morte de Djidja, na última terça-feira, 28, uma série de áudios, atribuídos a familiares dela, relataram que a morte da idosa ocorreu pelo uso de nandrolona. “Vocês estavam dando drogas para uma mulher de 82 anos com hipertireoidismo, com osteoporose, com depressão”, diz uma pessoa em um dos áudios.

Leia também: Drogas, seita religiosa, estupro e aborto: o que a polícia sabe sobre o ‘Caso Djidja’

“Nós temos conhecimento [dos áudios]. Estamos aferindo não só a autenticidade dos áudios, como também as pessoas que ali são referidas e nós vamos adotar as providências pertinentes para que a gente possa chegar, se for o caso, numa situação de relação entre a causa mortis da pessoa idosa, referida no caso, e uma eventual autoria que está sendo apontada nos áudios”, afirmou o delegado adjunto da DEHS.

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Anestésicos apreendidos pela Polícia Civil (Luiz André/CENARIUM)

Na quinta-feira, 30, Cleusimar Cardoso Rodrigues e Ademar Farias Cardoso Neto, mãe e irmão de Djidja, respectivamente, foram presos suspeitos de participar de uma seita que fornecia, incentivava e promovia o uso da ketamina de forma recreativa. Duas funcionárias do salão de beleza, de propriedade da família, também foram presas: Verônica da Costa Seixas (gerente) e Claudiele Santos da Silva (maquiadora). O cabeleireiro Marlisson Vasconcelos Dantas segue foragido.

A polícia também investiga duas denúncias de estupro de vulnerável que incluem cárcere privado. De acordo com a denúncia, Gabrielle Novo, ex-namorada de Ademar, foi mantida por dias dentro da residência da família, onde sofreu episódios de abuso sexual enquanto estava sob efeito dos anestésicos de uso veterinário.

Polícia investiga envolvidos em morte de Djidja Cardoso (Composição de Weslley Santos/Revista Cenarium)

Ademar injetava muita droga na declarante [Gabrielle] até a mesma perder os sentidos; que Ademar fazia sexo com a vítima sem o seu consentimento por muitas vezes; que, inclusive, a declarante chegou a sofrer um aborto há cerca de um mês (…) a declarante foi resgatada da casa de Ademar, foi resgata ensanguentada, sangrando pela vagina, do aborto que estava sofrendo, totalmente despida… a mesma não tomava banho há dias, só se drogando; que Cleusimar dizia que era necessário para a declarante se curar“, diz trecho do depoimeto.

Procedimentos

O grupo responderá por tráfico de drogas, associação para o tráfico de drogas, colocação em perigo da saúde ou da vida de outrem, falsificação, corrupção, adulteração de produtos destinados a fins terapêuticos e medicinais, aborto provocado sem consentimento da gestante, estupro de vulnerável, charlatanismo, curandeirismo, sequestro, cárcere privado e constrangimento ilegal. Eles foram submetidos à audiência de custódia e permanecerão à disposição da Justiça.

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Editado por Adrisa De Góes
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