Pesquisa ‘A Cara da Democracia’ mostra que percepção sobre corrupção no Brasil aumentou no governo Bolsonaro


16 de julho de 2022
Pesquisa ‘A Cara da Democracia’ mostra que percepção sobre corrupção no Brasil aumentou no governo Bolsonaro
O então ministro da Justiça, Sergio Moro, e o presidente Jair Bolsonaro durante cerimônia de lançamento do projeto Em Frente Brasil, No Palácio do Planalto, em agosto de 2019 - Pedro Ladeira - 29.ago.2019/Folhapress
Com informações de O Globo

RIO DE JANEIRO – Ainda que, na campanha de 2018, o então candidato Jair Bolsonaro (PL) tenha conseguido se posicionar como político anticorrupção, a percepção dos brasileiros em relação ao tema tem mudado após três anos e meio de mandato. Segundo a mais recente pesquisa “A cara da democracia”, a parcela de pessoas que consideram ter havido um aumento na corrupção no Brasil nos últimos quatro anos é a maior dentre todas as opções apresentadas: 42% veem o problema maior no período.

Diante de um governo que também tem passado por investigações, praticamente um terço dos entrevistados da pesquisa anual, conduzida no último mês de junho, afirmou que a corrupção no país aumentou muito desde a posse de Bolsonaro: foram 32%, a maior fatia dentre todas as opções apresentadas. Em contraste, 23% disseram enxergar que a corrupção no Brasil “nem aumentou e nem diminuiu”. E, somadas as opções “diminuiu um pouco” e “diminuiu muito”, são 32%.

Bolsonaro foi eleito em 2018 com uma plataforma marcada — entre outros temas — pelo discurso anticorrupção, cristalizado principalmente na perspectiva de o então ex-juiz federal Sergio Moro compor seu governo. A Operação Lava-Jato e a percepção de corrupção elevada à época tinham grande apelo: segundo o “A cara da democracia”, em 2018 41% consideravam esse o maior problema do país.

O dia a dia, no entanto, foi deixando o tema corrupção mais presente: Bolsonaro assumiu o governo sob a sombra do chamado caso das rachadinhas, que recaiu particularmente sobre seu filho mais velho, o senador Flávio Bolsonaro. Desautorizou repetidamente projetos do então “superministro” Moro, que saiu do governo após acusar o presidente de interferência na Polícia Federal.

E, enquanto Bolsonaro foi migrando seu discurso de forma crescente rumo a confrontações ideológicas com opositores, suspeitas continuaram aparecendo, como os gastos elevados com cartão corporativo investigados. O ex-ministro da Educação Milton Ribeiro foi preso a partir de investigação sobre sua ligação com pastores e lobistas no MEC. E, ainda, o governo é vinculado a gastos bilionários com o orçamento secreto no Congresso.

A pesquisa “A cara da democracia” foi feita pelo Instituto da Democracia (INCT/IDDC), com 2.538 entrevistas presenciais em 201 cidades no mês de junho. A margem de erro total é de 1,9 ponto percentual a nível nacional, e o índice de confiança é de 95%. A pesquisa reúne as universidades UFMG, Unicamp, UnB e Uerj, com financiamento de CNPq e Fapemig, e está registrada no TSE (BR-08051/2022).

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