‘Petróleo não é agenda da Amazônia’, diz governador do Pará sobre Foz do Amazonas

Governador do Pará, Helder Barbalho (Reprodução/Agência Pará)
Madson Sousa – Da Revista Cenarium Amazônia

BELÉM (PA) – A exploração de petróleo e gás na Foz do Amazonas é apontada por ambientalistas como um risco em caso de vazamentos, podendo atingir a margem equatorial, incluindo a ilha do Marajó, no Pará, onde há sistemas de reprodução de peixes e ambientes de trocas entre florestas, oceanos e rios. Em entrevista à Globo News, nesta terça-feira, 7, o governador do Pará, Helder Barbalho (MDB), disse que “o petróleo não é a agenda da Amazônia. A agenda da Amazônia é floresta”.

Devido à falta de estudos, o licenciamento para a exploração na Foz do Rio Amazonas foi negado, em maio, pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama). Um parecer contra a perfuração pela Petrobras havia sido divulgado pela área técnica do órgão. O senador Jader Barbalho (MDB) chegou a dizer em junho que “negar o licenciamento ambiental para esse tipo de pesquisa é negar a possível expansão das fronteiras exploratórias de petróleo, que podem trazer mais oportunidades para o Brasil”.

A área abriga 80% dos mangues do País e suas correntes e leitos, especialmente na bacia da Foz do Rio Amazonas. A margem equatorial é dividida em cinco bacias, começando no Rio Grande do Norte e chegando à Foz do Amazonas. Das cinco, só há exploração de petróleo no litoral do Rio Grande do Norte. Na foz do Amazonas, perfurações anteriores em águas mais rasas não encontraram petróleo.

PUBLICIDADE
Imagem aérea da Bacia da Foz do Amazonas (Reprodução/ Cristian Dimitrius)

Na fronteira do Brasil, a Guiana, País de 800 mil habitantes, foi descoberta no mar grandes jazidas de petróleo e no Suriname também foram encontradas reservas, mas não na escala guianense, e o início da exploração de petróleo no mar foi adiado para 2027. Essa movimentação despertou o interesse em explorar a região da bacia da Foz do Rio Amazonas.

A perfuração de poço objeto do licenciamento seria feita a uma distância de 175 quilômetros da costa do Amapá, Estado da região amazônica, em águas profundas brasileiras quase na divisa com a Guiana Francesa.

Helder Barbalho também preside o Consórcio Amazônia Legal e procura se projetar como ambientalmente responsável, buscando obter financiamento para combater o desmatamento e produzir energias verdes no estado. A capital, Belém, se prepara para sediar a 30ª Conferência da ONU sobre Mudanças Climáticas (COP-30), em novembro de 2025.

Leia também:

Organizações alertam para perigos da exploração de petróleo na foz do Rio Amazonas 

Contrariando laudo do Ibama, Lula cogita explorar petróleo na foz do Rio Amazonas

PUBLICIDADE

O que você achou deste conteúdo?

Compartilhe:

Comentários

Os comentários são de responsabilidade exclusiva de seus autores e não representam a opinião deste site. Se achar algo que viole os termos de uso, denuncie. Leia as perguntas mais frequentes para saber o que é impróprio ou ilegal.