Planalto conta com subserviência de Aras para se livrar do caso Milton Ribeiro


29 de junho de 2022
Planalto conta com subserviência de Aras para se livrar do caso Milton Ribeiro
Bolsonaro acredita que “ilações de conversas” não são suficientes para incriminá-lo (Thiago Alencar/CENARIUM)

Fontes do Planalto dão conta de que com a Procuradoria-Geral da República (PGR) alinhada ao Palácio o escândalo de corrupção no MEC não chegará a respingar em Jair Bolsonaro. Os mais otimistas chegam a dizer que o procurador-geral, Augusto Aras, não teria elementos legais para pedir a abertura de qualquer tipo de investigação contra o presidente. Bolsonaro, que já está sendo acusado de ter vazado para o ex-ministro Milton Ribeiro uma operação da Polícia Federal, acredita que “ilações de conversas” não são suficientes para incriminá-lo. No entanto, o desgaste político pode provocar estragos na campanha.

Centrão “engole” Braga Netto

Com a decisão de Bolsonaro de escolher o ex-ministro Walter Braga Netto para ser o candidato a vice na sua chapa à reeleição, o Centrão não teve outra alternativa a não ser “engolir” o general e trabalhar pela divulgação do seu nome. Um interlocutor disse que a decisão é considerada “página virada” pelos integrantes da ala política da campanha. Com isso, o nome das ex-ministras Tereza Cristina e Damares Alves foram descartados. A ideia seria vender Braga Netto como “um vice melhor do que o atual”, o também general Hamilton Mourão. Houve, ainda, quem comemorasse a boa relação do vice com o marqueteiro Duda Lima e com os demais integrantes do Centrão.

Desprezo do Executivo

Representantes da União dos Povos Indígenas do Vale do Javari (Univaja) estão em Brasília para cobrar a atuação das instituições brasileiras na defesa dos direitos indígenas e na garantia de segurança na Região Norte. Desprezados pelo Poder Executivo, que não deu retorno ao pedido de agenda da entidade, se reuniram com deputados, senadores, procuradores do Ministério Público Federal e Conselho Nacional de Justiça, além do ministro Luís Roberto Barroso do STF. A atitude era esperada, afinal, assim que Bruno Pereira – que dava consultoria à Univaja – e Dom Phillips desapareceram, o presidente chegou a chamar a viagem de “aventura não recomendável”.

PT contra imposição de RP9

O líder do PT na Comissão Mista de Orçamento, deputado Ênio Verri, vai apresentar uma emenda que retira da LDO o caráter impositivo das emendas do relator-geral do orçamento, conhecidas pelo código RP9 e apelidadas de “orçamento secreto”. Ele afirma que os gastos para o ano que vem ficariam em R$ 39 bilhões, somadas as emendas impositivas individuais, de bancada e RP9. Verri reconhece que houve avanços na transparência das emendas do relator, mas, afirma que o orçamento ficaria ainda mais engessado se as RP9 forem de execução obrigatória, o que tira recursos das políticas públicas.

ICMS eleitoreiro

Um dos maiores especialistas em contas públicas brasileiras, o professor do IDP e da Universidade de Lisboa, José Roberto Afonso, criticou o que classificou de “tsunami de mudanças de regras no ICMS”. Segundo ele, em três meses houve duas leis complementares e decisões do Supremo Tribunal Federal sobre o ICMS, não movido por razões tributárias, mas por questões eminentemente político-eleitorais. “É algo muito profundo e eu acho que ainda nem deu tempo, nem de governos, autoridades e contribuintes terem a dimensão de tudo o que o foi feito,” afirma Afonso.

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