Polícia Federal aponta risco de retaliação de garimpeiros na TI Yanomami


24 de fevereiro de 2023
Polícia Federal aponta risco de retaliação de garimpeiros na TI Yanomami
Bloqueio montado no Rio Uraricoera, na Terra Indígena Yanomami (TIY) (Divulgação)
Marcela Leiros – Da Revista Cenarium

MANAUS – A Polícia Federal (PF) informou à REVISTA CENARIUM nesta sexta-feira, 24, que há a possibilidade de garimpeiros reagirem ao conflito que ocorreu com agentes do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) nesta semana, na Terra Indígena Yanomami. Uma base federal foi atacada pelos exploradores ilegais. Um dos suspeitos ficou ferido e foi preso.

De acordo com a instituição, parte do efetivo envolvido na Operação Libertação, que combate o garimpo ilegal em Terras Yanomami, já está mobilizado para se deslocar até a base instalada na região do Palimiú, no território demarcado. O local sofreu ataques de garimpeiros na madrugada de quarta-feira, 22.

A PF informou que “informações de inteligência apontaram para uma possível movimentação de garimpeiros em busca de retaliação pela ação ocorrida na região”. O efetivo se desloca com apoio de helicópteros das Forças Armadas.

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Entenda o caso

O atentado dos garimpeiros à base federal, em Palimiú, foi informado pelo Ibama na noite de quinta-feira, 23. O espaço serve para barrar a entrada de embarcações clandestinas no território e completou apenas duas semanas de funcionamento.

Conforme relatou o Ibama, garimpeiros armados furaram um bloqueio montado no Rio Uraricoera e atiraram contra agentes do órgão que abordaram uma das embarcações. Os fiscais revidaram. No tiroteio, um dos garimpeiros, cujo nome não foi divulgado, ficou ferido e foi detido pela Polícia Federal. Ele permaneceu internado até a noite de quinta-feira.

Os criminosos desciam o rio em sete embarcações chamadas “voadeiras”, de 12 metros cada, carregadas de cassiterita, metal cuja demanda tem aumentado. O carregamento foi identificado por drones operados por fiscais do Ibama. Após o ataque, os criminosos fugiram. O Ibama pediu à PF para reforçar a segurança no local.

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Operação Libertação

A segurança da base de controle é feita por agentes da Força Nacional de Segurança Pública, da Polícia Rodoviária Federal (PRF) e do Ibama. Na última segunda-feira, 20, o local ganhou uma estrutura de cabos de aço e, desde então, de acordo com o Ibama, nenhum barco carregado seguiu em direção aos garimpos.

A Operação Libertação é uma ação integrada por Polícia Federal (PF), Ibama, Forças Armadas, Força Nacional de Segurança Pública e Fundação Nacional do Índio (Funai). A ação executou incursões para a interrupção da atividade criminosa na região e para a proteção e assistência à população indígena.

Cerca de 700 integrantes das instituições envolvidas participam das atividades. A estrutura logística abrange quatro bases de apoio operacional (Surucucu, Moxihatetea, Walopali, Palimiú), 16 aeronaves e diversas embarcações e veículos automotores.

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