Polícia Federal aponta risco de retaliação de garimpeiros na TI Yanomami

Bloqueio montado no Rio Uraricoera, na Terra Indígena Yanomami (TIY) (Divulgação)
Marcela Leiros – Da Revista Cenarium

MANAUS – A Polícia Federal (PF) informou à REVISTA CENARIUM nesta sexta-feira, 24, que há a possibilidade de garimpeiros reagirem ao conflito que ocorreu com agentes do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) nesta semana, na Terra Indígena Yanomami. Uma base federal foi atacada pelos exploradores ilegais. Um dos suspeitos ficou ferido e foi preso.

De acordo com a instituição, parte do efetivo envolvido na Operação Libertação, que combate o garimpo ilegal em Terras Yanomami, já está mobilizado para se deslocar até a base instalada na região do Palimiú, no território demarcado. O local sofreu ataques de garimpeiros na madrugada de quarta-feira, 22.

A PF informou que “informações de inteligência apontaram para uma possível movimentação de garimpeiros em busca de retaliação pela ação ocorrida na região”. O efetivo se desloca com apoio de helicópteros das Forças Armadas.

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Entenda o caso

O atentado dos garimpeiros à base federal, em Palimiú, foi informado pelo Ibama na noite de quinta-feira, 23. O espaço serve para barrar a entrada de embarcações clandestinas no território e completou apenas duas semanas de funcionamento.

Conforme relatou o Ibama, garimpeiros armados furaram um bloqueio montado no Rio Uraricoera e atiraram contra agentes do órgão que abordaram uma das embarcações. Os fiscais revidaram. No tiroteio, um dos garimpeiros, cujo nome não foi divulgado, ficou ferido e foi detido pela Polícia Federal. Ele permaneceu internado até a noite de quinta-feira.

Os criminosos desciam o rio em sete embarcações chamadas “voadeiras”, de 12 metros cada, carregadas de cassiterita, metal cuja demanda tem aumentado. O carregamento foi identificado por drones operados por fiscais do Ibama. Após o ataque, os criminosos fugiram. O Ibama pediu à PF para reforçar a segurança no local.

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Operação Libertação

A segurança da base de controle é feita por agentes da Força Nacional de Segurança Pública, da Polícia Rodoviária Federal (PRF) e do Ibama. Na última segunda-feira, 20, o local ganhou uma estrutura de cabos de aço e, desde então, de acordo com o Ibama, nenhum barco carregado seguiu em direção aos garimpos.

A Operação Libertação é uma ação integrada por Polícia Federal (PF), Ibama, Forças Armadas, Força Nacional de Segurança Pública e Fundação Nacional do Índio (Funai). A ação executou incursões para a interrupção da atividade criminosa na região e para a proteção e assistência à população indígena.

Cerca de 700 integrantes das instituições envolvidas participam das atividades. A estrutura logística abrange quatro bases de apoio operacional (Surucucu, Moxihatetea, Walopali, Palimiú), 16 aeronaves e diversas embarcações e veículos automotores.

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