Políticos: mais que oratória, conexão com o eleitor

Este ano teremos eleições em todo o país e o povo vai votar para escolher presidente, governador, senador, deputado federal e estadual. Porém, este pleito estará repleto de peculiaridades. A inquietação, indignação e revolta pelos recorrentes escândalos envolvendo políticos em desvios de verbas públicas, tem deixado o eleitor mais atento e crítico.

Político precisa falar com as pessoas, explicar claramente suas intenções, propostas e compromissos, e por último, pedir o voto. Porém, político, não se engane, o povo sabe que não adianta apenas ser um bom orador, é preciso se conectar de com o outro. Um olhar verdadeiro, um abraço sincero, um aperto de mão firme e uma fala segura são alguns dos fatores que contribuem para uma boa comunicação e interação com o eleitor.

Recordo que alguns anos atrás um político do Amazonas trocou a formalidade excessiva por um semblante mais amigo, receptivo, próximo da realidade da população, e até os olhos passaram a brilhar. O resultado foi a vitória. Porém, também lembro de outro que, dotado de uma personalidade forte e fala firme, que durante a campanha foi ‘moldado’ para adotar outro estilo, acabou não alcançando a votação que esperava.

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Essência, verdade e humanidade refletem na forma como as pessoas se comunicam. Cada vez mais os grandes políticos, aqueles que verdadeiramente querem fazer a diferença e se destacar, tem buscado estudar sobre comunicação, oratória e conexão com o outro. A buscar por mais informações sobre estes temas faz a diferença na vida daqueles que se permitem viver essa experiência transformadora. Eu passei por esse processo de mudança e por este motivo fui estudar os grandes oradores, especialmente Barack Obama, ex presidente dos Estados Unidos, um homem que apesar de ter um dom para conectar pessoas, estudou para que isso fosse feito com eficiência.  

Muito mais do que um bom orador, é a essência carismática que conecta a alma o outro, e isso, foi o diferencial de Obama. Ele sabia a energia e postura certa para cada ocasião. É a empatia de entender que o outro tem histórias de vida diferentes das suas, que tem potencialidades e um perfil comportamental diferente do seu que estimula essa busca. É a falta de humildade em reconhecer a necessidade de estudar sobre o ser humano que deixa muitos políticos na inércia.      

Podemos citar ainda alguns dos recursos muito utilizados por grandes oradores  como a ênfase tão bem empregada Obama; a repetição de Martin L. King; as pausas características de Nelson Mandela e o treino de Estive Jobs. Não, eles não nasceram com todas as habilidades, mas entenderam que poderiam desenvolvê-las. Isso é ter humildade, determinação e a atitude para buscar a mudança.

No livro ‘A Lei da Conexão’ o autor Michael J. Losier aponta como você pode entender os diferentes tipos de sistemas representacionais ou estilos de comunicação (visual, auditivo, cinestésico e digital) e qual a linguagem adequada a cada um. Para quem nunca ouviu falar sobre isso pode se perguntar: “e isso funciona?”. Sim, funciona e pode fazer a diferença para que qualquer pessoa consiga se conectar melhor com o público, seja eleitor, alunos ou clientes.

Se você é alguém que se ofende com o tom de voz do outro, certamente é auditivo, se prefere organizar tudo em tabelas e narra as situações como se um filme passasse pela sua mente, tem grandes chances de ser um visual. Porém é preciso esclarecer que há muita informação para ser analisada, estudada sobre o tema e que existem testes para que você saiba qual seu estilo de comunicação.

O fato é que a política está se renovando e é preciso que os candidatos  também aprendas a ser políticos. O modelo antigo ficou no passado. Os homens e mulheres eleitos para cargos públicos também precisam se profissionalizar, e aprender a se comunicar com eficiência faz parte desse processo de aprendizagem. Quem disse que os homens públicos não fazem parte da revolução Raskilling? O termo é utilizado para identificar os profissionais do futuro que devem estar sempre se atualizando, e comunicação é um dos temas. Vamos defender a revolução Raskilling na política também! (*) Daniela Cardoso é Especialista em Oratória e Media Training

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