‘Por motivos técnicos’, diz médica Ludhmila Hajjar ao não aceitar Ministério da Saúde de Bolsonaro


15 de março de 2021
‘Por motivos técnicos’, diz médica Ludhmila Hajjar ao não aceitar Ministério da Saúde de Bolsonaro
A médica teve reunião com o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) e, em seguida, disse em entrevista à CNN que não irá comandar o ministério “por motivos técnicos” (Sérgio Lima/Poder360)

Com informações do Poder360

BRASÍLIA – Apesar de ser quase uma unanimidade entre políticos do alto escalão do Congresso e outras autoridades, a médica cardiologista Ludhmila Hajjar não irá assumir o Ministério da Saúde.

Ludhmila está em Brasília nesta segunda-feira, 15. A médica teve reunião com o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) e, em seguida, disse em entrevista à CNN que não irá comandar o ministério “por motivos técnicos”.

A cardiologista e Bolsonaro tiveram encontro ontem, 14, à tarde, no Alvorada – onde também estavam o atual ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, e o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), filho do presidente.

Sem sintonia

Não houve muita sintonia na reunião de domingo. Bolsonaro defendeu sua política contra a Covid-19, falou do uso de cloroquina e dos exageros que vê em medidas restritivas à circulação de pessoas em locais mais afetados pela doença. Não é o que defende a médica.

A recusa é uma derrota mais direta para o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), que se empenhou pessoalmente e em público (escreveu a respeito em se perfil no Twitter). Esse é o 1º grande pedido de Lira a Bolsonaro depois que assumiu o comando da Casa dos deputados. Por ser um revés muito explícito, não se sabe qual será a consequência.

Também atuaram a favor de Ludhmila o procurador-geral da República, Augusto Aras, e os ministros do STF, Dias Toffoli e Gilmar Mendes. Os três, assim como Arthur Lira, já foram atendidos pela cardiologista.

Competência

Lira se diz muito grato a Ludhmila a quem atribui muita competência no seu tratamento de Covid. O presidente da Câmara fez um elogio público à médica em entrevista ao portal Poder360.

Com a não nomeação de Ludhmila Hajjar, de uma vez, Bolsonaro se indispôs com o chefe de uma das Casas do Legislativo, com o titular da PGR e com dois ministros do STF.

Aumenta entre as autoridades em Brasília, fora do Poder Executivo, a pressão para que o governo federal mude seu tom e abordagem a respeito de como conduzir as políticas públicas para debelar a pandemia do novo coronavírus.

Resistente

Bolsonaro se mostrou muito resistente a uma mudança, apesar de sinais ambíguos nos últimos dias. Por exemplo, logo depois de Luiz Inácio Lula da Silva recobrar seus direitos políticos, o presidente apareceu no Palácio do Planalto numa cerimônia usando máscara. Nos dias seguintes, voltou ao discurso anterior.

Na conversa no domingo, 14, à tarde com Ludhmila Hajjar no Palácio da Alvorada, o presidente deu a impressão de que estava recebendo a médica apenas para “cumprir tabela” e dar uma satisfação aos que a recomendaram.

Houve um certo constrangimento, pois Ludhmila foi a uma reunião para ouvir um convite para ser ministra e encontrou na mesma sala o general que poderia substituir.

Falou-se sobre uso de cloroquina, necessidade de lockdown e outros temas, segundo apurou o Poder360. Não houve muito acordo entre o que pensa Bolsonaro e a médica.

Outros nomes

Há 2 nomes cotados para o lugar de Eduardo Pazuello. Um deles é o de Marcelo Queiroga, presidente da Sociedade Brasileira de Cardiologia. Queiroga é um bolsonarista de raiz e agrada mais aos militantes fiéis ao presidente.

Bolsonaro tem dito que prefere não escolher um político para a Saúde. Se o presidente mudar de ideia, o nome preferido pelos seus aliados no Congresso é o do deputado Dr. Luizinho (PP-RJ). O congressista é médico ortopedista com MBA executivo em saúde pela Coppead/UFRJ e pós-graduação em medicina do Esporte e do Exercício pela Unesa.

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