Pré-candidata à presidência, Simone Tebet diz que manter Zona Franca é ‘preservar empregos e proteger a Amazônia’
26 de julho de 2022
A senadora e pré-candidata à presidência da República, Simone Tebet. (Waldemir Barreto/Agência Senado)
Marcela Leiros – Da Revista Cenarium
BRASÍLIA – A pré-candidata à presidência da República, Simone Tebet (MDB) afirmou nessa segunda-feira, 25, que não vai acabar com os benefícios da Zona Franca de Manaus (ZFM). Em entrevista, Tebet citou a importância do modelo econômico instalado no Amazonas como forma de preservar empregos e proteger a Amazônia.
A senadora e pré-candidata foi questionada sobre como equilibrar a responsabilidade fiscal, como o teto de gastos do governo, com o atendimento de demandas sociais como a fome e o desemprego. A pergunta se referia à recente aprovação da “PEC do Desespero”, que concedeu benefícios, mas tem previsão de superar em mais de R$ 40 bilhões o limite orçamentário do governo.
“Ninguém vai acabar com os 8% que corresponde a esse gasto tributário da Zona Franca de Manaus, é a forma inclusive de nós preservarmos a geração de emprego como uma forma de proteger a Amazônia”, disse Simone Tebet.
Veja a entrevista:
A porcentagem se refere a quanto o governo federal deixa de arrecadar em impostos com os benefícios fiscais da ZFM, o equivalente a R$ 26 bilhões. Porém, conforme mostrou a REVISTA CENARIUMna edição física deste mês, enquanto o governo deixa de arrecadar esse montante, o Amazonas repassou à União, apenas em 2021, mais de R$ 15 bilhões — 48,71% da arrecadação federal da 2ª Região Fiscal da Receita Federal do Brasil, em 2021, formada, ainda, pelos Estados do Acre, Amapá, Pará, Roraima e Rondônia.
Capa da edição nº 25 da Revista Cenarium. (Capa: Ricardo Oliveira/ Revista Cenarium)
Orçamento secreto
Na entrevista, Tebet descartou a possibilidade de mexer no Auxílio Brasil (antigo Bolsa Família) e dar mais transparência ao orçamento do governo para atender as demandas sociais.
“Nós estamos diante de um orçamento secreto que está consumindo R$ 16 bilhões por ano de emendas. Não estou falando nem dos R$ 15 milhões que cada senador tem direito a colocar nos seus Estados, estamos falando do orçamento secreto que hoje está na mão de duas pessoas, no máximo três, comandando e que só ele seria suficiente, por exemplo, para garantir o aumento de 20% nessa conta do Auxílio Brasil que está sendo paga”, disse ela.
Tebet se referiu à ampliação do Auxílio Brasil de R$ 400 para R$ 600 mensais, aprovado pela “PEC do Desespero”, que terá custo estimado em R$ 26 bilhões. Já o “orçamento secreto” surgiu com a criação de uma nova modalidade de emendas parlamentares, que são recursos do Orçamento direcionados, por deputados, a suas bases políticas ou Estados de origem.
O Congresso aprovou a criação das emendas de relator em 2021 e o montante reservado para essas emendas é de R$ 16,8 bilhões. Isso significa que esse dinheiro pode ser destinado à base política de um parlamentar sem que ele seja identificado.
Este site usa cookies para que possamos oferecer a melhor experiência de usuário possível. As informações dos cookies são armazenadas em seu navegador e executam funções como reconhecê-lo quando você retorna ao nosso site e ajudar nossa equipe a entender quais seções do site você considera mais interessantes e úteis.
Cookies Estritamente Necessários
O cookie estritamente necessário deve estar ativado o tempo todo para que possamos salvar suas preferências de configuração de cookies.
Se você desativar este cookie, não poderemos salvar suas preferências. Isso significa que toda vez que você visitar este site, precisará habilitar ou desabilitar os cookies novamente.