Preservação do Igarapé do Gigante entra em pauta na Câmara de Manaus


12 de junho de 2024
Ativistas pelo meio ambiente compareceram à Tribuna Popular na CMM (Luiz André/CENARIUM)
Ativistas pelo meio ambiente compareceram à Tribuna Popular na CMM (Luiz André/CENARIUM)

Carol Veras – Da Revista Cenarium

MANAUS (AM) – Em uma Tribuna Popular que aconteceu nesta quarta-feira, 12, na Câmara Municipal de Manaus (CMM), representantes comunitários do Conjunto Augusto Montenegro e ativistas ambientais expuseram a necessidade de atenção ao Igarapé do Gigante. A reunião, requisitada pelo vereador Rodrigo Guedes (Republicanos), debateu a criação de planos de ação e preservação próprios para a pauta.

O igarapé, localizado no bairro Tarumã, Zona Oeste da cidade de Manaus, é protegido há dez anos por ambientalistas, entre eles, o líder do movimento Todos pelo Gigante, Gilberto Ribeiro, e a líder da associação do Conjunto Augusto Montenegro, Sandra Souza.

“Ali, na zona Centro-Oeste, tem vários empreendimentos imobiliários, ocupações também de alto poder aquisitivo, que estão aterrando o Igarapé do Gigante. A água está bastante contaminada e precisa de uma ação específica, logicamente que ele não é mais nem menos importante que outras mananciais, mas ele está sofrendo com uma ação de especulação imobiliária, denuncia o vereador Rodrigo Guedes.

Vereador Rodrigos Guedes (Reprodução/Luiz André Nascimento/CENARIUM)

Para o representante do movimento em prol do igarapé que deu nome à tribuna na Casa Legislativa, é preciso haver um trabalho conjunto entre a comunidade e o Poder Público, a fim de mitigar os danos causados ao meio ambiente.

“O igarapé está na UTI, mas a nossa luta é para trazer ele para a vida, e é isso que a gente quer”, comenta Gilberto Ribeiro. Para ele, é preciso mobilizar a sociedade e cuidar do descarte de resíduos sólidos. “Ele [o igarapé] tem 7 quilômetros, 22 nascentes. Se a gente cuidar do igarapé, nós estamos cuidando, de fato, da qualidade de vida das pessoas”, completa.

Gilberto Ribeiro (Luiz André/CENARIUM)

Sandra Souza, ressaltou, à CENARIUM, as principais dificuldades enfrentadas pela população que reside próximo ao igarapé. “Estão fazendo derrubadas, estão fazendo construções na beira do igarapé, que está sendo assoreado e aterrado, o que prejudica a nossa nascente”, conta. “Fora as lixeiras viciadas, que são jogadas e a rede de esgoto, que é totalmente colocada dentro do igarapé. Não tem saneamento básico”, destacou.

Sandra Souza (Luiz André/CENARIUM)

Outro igarapé ameaçado é o Água Branca, também localizado no bairro Tarumã. O córrego, que nasce nas matas protegidas do Aeroporto Eduardo Gomes e vai até a Cachoeira Alta, tem mais de 7 quilômetros de extensão e faz parte da lista de Áreas de Preservação Permanente (APPs) que, segundo o Novo Código Florestal Brasileiro, Lei n.º 12.651/12, são áreas protegidas que buscam preservar os recursos hídricos, a paisagem e a estabilidade geológica.

Leia também: Desmatamento deixa igarapé Água Branca sujo de barro
Editado por Adrisa De Góes

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