Presidenta da Comissão Eleitoral do Sinjor do Pará é demitida às vésperas de eleição


08 de novembro de 2023
Eleições do Sinjor será no dia 20 de novembro (Reprodução)
Eleições do Sinjor será no dia 20 de novembro (Reprodução)

Ana Pastana – Da Revista Cenarium Amazônia

BELÉM (PA) – Faltando poucos dias para as eleições à mesa diretora do Sindicato de Jornalistas do Pará (Sinjor-PA), a presidenta da Comissão Eleitoral da entidade, Enize Vidigal, foi demitida do Grupo Liberal, empresa onde trabalhava há 20 anos. A demissão, anunciada na noite desta segunda-feira, 6, foi criticada pela presidência do Sinjor e pela Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj), que publicaram nota de repúdio sobre o assunto.

O sindicato está em período eleitoral e as eleições ocorrem no dia 20 de novembro. Para o Sinjor, trata-se de uma tentativa de tumultuar o processo eleitoral. O sindicato afirmou que tomará providências legais para salvaguardar os direitos trabalhistas da funcionária demitida e denunciar o que chamaram de “atitude antissindical”.

“A demissão da presidente da Comissão Eleitoral, Enize Vidigal, ontem, do emprego no jornal O Liberal, onde tinha mais de 20 anos de serviço, é responsabilidade da chapa Renova Sinjor, que plantou várias matérias expondo a colega, difamando e caluniando. Todos viram isso. Tudo isso porque ela segue com rigor o Estatuto do Sinjor e não aceita se dobrar às vontades do Evandro Corrêa. É asqueroso o que está sendo feito contra quem não se dobra aos interesses dos donos do poder e seus representantes”, diz Vito Gemaque, presidente do sindicato e candidato à reeleição pela chapa “Sempre na Luta”.

Evandro é candidato a presidente pela chapa opositora, apoiada pelos proprietários do jornal. Em concordância com o Sinjor, a Fenaj também considera a demissão da repórter um ataque à organização dos jornalistas do Pará. “A demissão de Enize Vidigal constitui não só prática antissindical, mas um grave ataque do Grupo Liberal à organização sindical dos jornalistas paraenses e brasileiros. Neste sentido, repudiamos todo e qualquer ato vindo da patronal para tentar impedir a livre organização da categoria”, declara o comunicado.

Leia a nota do Sinjor na íntegra:

Em uma prática antissindical e em mais uma tentativa de desestabilizar a eleição para a Diretoria do Sindicato de Jornalistas do Pará (SINJOR-PA), o Grupo Liberal demitiu hoje, 06 de novembro, a presidenta da Comissão Eleitoral, jornalista Enize Vidigal, que há mais de 20 anos é repórter de O Liberal.

A diretoria do Sindicato repudia esta prática autoritária do Grupo Liberal e manifesta solidariedade à Enize Vidigal, profissional competente, comprometida com as liberdades democráticas, com o jornalismo ético e com a defesa dos direitos da categoria.

Informamos que a nossa Assessoria Jurídica tomará as medidas cabíveis para assegurar os direitos trabalhistas de Enize Vidigal e denunciar a prática antissindical, que foi reproduzida reiteradas vezes neste processo eleitoral com textos panfletários atacando a jornalista e a Diretoria do SINJOR-PA.

Reafirmamos que, apesar das pressões e ameaças, não iremos nos intimidar e nossa resposta será o fortalecimento da luta em defesa de salários dignos, hora extra, contra o assédio moral e por melhores condições de trabalho.

Leia a nota da Fenaj na íntegra:

A Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj), entidade máxima de representação das operárias e operários da notícia no Brasil, vem a público manifestar solidariedade à jornalista Enize Vidigal, presidenta da Comissão Eleitoral que organiza o pleito para escolha da diretoria do Sindicato dos Jornalistas do Pará (Sinjor-PA).

Depois de mais de 20 anos de atuação como repórter de O Liberal, onde sempre se pautou pela ética e comprometimento com a profissão, Enize foi demitida arbitrariamente, nesta segunda-feira, 6, em meio ao processo eleitoral que ocorre no Estado.

A demissão de Enize Vidigal constitui não só prática antissindical, mas um grave ataque do Grupo Liberal à organização sindical dos jornalistas paraenses e brasileiros. Neste sentido, repudiamos todo e qualquer ato vindo da patronal para tentar impedir a livre organização da categoria.

Não há como tolerar, sob a égide de um Estado Democrático de Direito, que atos arbitrários, como o praticado pelo Grupo Liberal contra a presidenta da Comissão Eleitoral, sejam, ainda hoje, perpetrados.

Edição: Eduardo Figueiredo

Revisão: Gustavo Gilona

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