Presidenta da Comissão Eleitoral do Sinjor do Pará é demitida às vésperas de eleição

Eleições do Sinjor será no dia 20 de novembro (Reprodução)
Ana Pastana – Da Revista Cenarium Amazônia

BELÉM (PA) – Faltando poucos dias para as eleições à mesa diretora do Sindicato de Jornalistas do Pará (Sinjor-PA), a presidenta da Comissão Eleitoral da entidade, Enize Vidigal, foi demitida do Grupo Liberal, empresa onde trabalhava há 20 anos. A demissão, anunciada na noite desta segunda-feira, 6, foi criticada pela presidência do Sinjor e pela Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj), que publicaram nota de repúdio sobre o assunto.

O sindicato está em período eleitoral e as eleições ocorrem no dia 20 de novembro. Para o Sinjor, trata-se de uma tentativa de tumultuar o processo eleitoral. O sindicato afirmou que tomará providências legais para salvaguardar os direitos trabalhistas da funcionária demitida e denunciar o que chamaram de “atitude antissindical”.

“A demissão da presidente da Comissão Eleitoral, Enize Vidigal, ontem, do emprego no jornal O Liberal, onde tinha mais de 20 anos de serviço, é responsabilidade da chapa Renova Sinjor, que plantou várias matérias expondo a colega, difamando e caluniando. Todos viram isso. Tudo isso porque ela segue com rigor o Estatuto do Sinjor e não aceita se dobrar às vontades do Evandro Corrêa. É asqueroso o que está sendo feito contra quem não se dobra aos interesses dos donos do poder e seus representantes”, diz Vito Gemaque, presidente do sindicato e candidato à reeleição pela chapa “Sempre na Luta”.

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Evandro é candidato a presidente pela chapa opositora, apoiada pelos proprietários do jornal. Em concordância com o Sinjor, a Fenaj também considera a demissão da repórter um ataque à organização dos jornalistas do Pará. “A demissão de Enize Vidigal constitui não só prática antissindical, mas um grave ataque do Grupo Liberal à organização sindical dos jornalistas paraenses e brasileiros. Neste sentido, repudiamos todo e qualquer ato vindo da patronal para tentar impedir a livre organização da categoria”, declara o comunicado.

Leia a nota do Sinjor na íntegra:

Em uma prática antissindical e em mais uma tentativa de desestabilizar a eleição para a Diretoria do Sindicato de Jornalistas do Pará (SINJOR-PA), o Grupo Liberal demitiu hoje, 06 de novembro, a presidenta da Comissão Eleitoral, jornalista Enize Vidigal, que há mais de 20 anos é repórter de O Liberal.

A diretoria do Sindicato repudia esta prática autoritária do Grupo Liberal e manifesta solidariedade à Enize Vidigal, profissional competente, comprometida com as liberdades democráticas, com o jornalismo ético e com a defesa dos direitos da categoria.

Informamos que a nossa Assessoria Jurídica tomará as medidas cabíveis para assegurar os direitos trabalhistas de Enize Vidigal e denunciar a prática antissindical, que foi reproduzida reiteradas vezes neste processo eleitoral com textos panfletários atacando a jornalista e a Diretoria do SINJOR-PA.

Reafirmamos que, apesar das pressões e ameaças, não iremos nos intimidar e nossa resposta será o fortalecimento da luta em defesa de salários dignos, hora extra, contra o assédio moral e por melhores condições de trabalho.

Leia a nota da Fenaj na íntegra:

A Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj), entidade máxima de representação das operárias e operários da notícia no Brasil, vem a público manifestar solidariedade à jornalista Enize Vidigal, presidenta da Comissão Eleitoral que organiza o pleito para escolha da diretoria do Sindicato dos Jornalistas do Pará (Sinjor-PA).

Depois de mais de 20 anos de atuação como repórter de O Liberal, onde sempre se pautou pela ética e comprometimento com a profissão, Enize foi demitida arbitrariamente, nesta segunda-feira, 6, em meio ao processo eleitoral que ocorre no Estado.

A demissão de Enize Vidigal constitui não só prática antissindical, mas um grave ataque do Grupo Liberal à organização sindical dos jornalistas paraenses e brasileiros. Neste sentido, repudiamos todo e qualquer ato vindo da patronal para tentar impedir a livre organização da categoria.

Não há como tolerar, sob a égide de um Estado Democrático de Direito, que atos arbitrários, como o praticado pelo Grupo Liberal contra a presidenta da Comissão Eleitoral, sejam, ainda hoje, perpetrados.

Edição: Eduardo Figueiredo

Revisão: Gustavo Gilona

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