Presidente do PT, Gleisi Hoffmann diz que partido dispensa perdão do bispo Edir Macedo a Lula

A presidente nacional do PT, Gleisi Hoffmann, e bispo Edir Macedo (Arte: Mateus Moura)
Com informações da Folhapress

MANAUS – A presidente nacional do PT, Gleisi Hoffmann, disse nesta sexta-feira, 4, que o partido dispensa o perdão oferecido pelo bispo Edir Macedo.

O fundador da Igreja Universal do Reino de Deus, que disparou vários ataques contra Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e a esquerda em geral durante a campanha presidencial, afirmou, em live, que fiéis deveriam perdoar o agora presidente eleito, pois o contrário seria fazer o jogo do diabo.

O diabo quer acabar com sua fé, com seu relacionamento com Deus por causa de Lula ou dos políticos. Não dá, não dá, minha filha, bola pra frente, vamos olhar pra frente.

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Dispensamos o perdão de Edir Macedo. Ele é quem precisa pedir perdão a Deus pelas mentiras que propagou, a indução de milhões de pessoas a acreditarem em barbaridades sobre Lula e sobre o PT, usando a igreja e seus meios de comunicação para isso. A nossa consciência está tranquila“, afirmou a deputada reeleita em sua conta no Twitter.

A Universal, que preferia ver reeleito o presidente Jair Bolsonaro (PL), fez oposição ao petista. O bispo Renato Cardoso, genro e provável sucessor de Macedo no comando da igreja, assinou texto dizendo que não é possível ser cristão e de esquerda ao mesmo tempo. A Folha Universal, jornal da casa, publicou vários editorias contra Lula.

O texto do domingo seguinte ao 7 de setembro, o bolsonarista dizia que a esquerda podia “chorar copiosamente” à vontade, porque “as “manifestações cívicas” galvanizadas pelo presidente deixaram claro que “o líder supremo da esquerda no Brasil não terá vida fácil”.

Macedo tem um histórico de vaivéns com Lula. Em 1989, incentivou a demonização do petista, então candidato de primeira viagem.

Três anos depois, o líder evangélico em ascensão foi preso, acusado de práticas como charlatanismo. Lula foi um dos raros políticos a visitá-lo na prisão. “Se não tomarmos cuidado, daqui a pouco a polícia está na sua casa, prendendo sem critério”, disse à época.

A Universal retomou a hostilidade com ele nas campanhas seguintes, vencidas pelo tucano FHC.

Os dois se reconciliaram quando o PT entrou no Palácio do Planalto, em 2002. O então vice de Lula, José Alencar, era do PL, partido que concentrava nomes da Universal, e depois migrou para o PRB (atual Republicanos), arquitetado pela igreja em 2003.

Em 2018, Macedo a princípio optou por endossar Geraldo Alckmin. Declarou voto em Bolsonaro de última hora, quando ficou claro que o ex-governador paulista, hoje vice de Lula, não tinha chances naquele pleito.

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