Lula homologa seis territórios indígenas, entre eles a TI Uneiuxi, no Amazonas

Presidente Lula durante o acampamento Terra Livre realizado no ano passado (Divulgação)
Gabriel Abreu – Da Revista Cenarium

BRASÍLIA – O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), e a ministra dos Povos Indígenas, Sonia Guajajara, assinaram decretos que homologam seis Terras Indígenas no Brasil, nesta sexta-feira, 28, no final do Acampamento Terra Livre (ATL) 2023, em Brasília. Durante o ato, Lula anunciou a liberação de R$ 12,3 milhões à Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai), para a aquisição de insumos, ferramentas e equipamentos às casas de farinha, para as comunidades indígenas Yanomami.

Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib), organizadora do evento, o ATL reforça a importância da demarcação das terras indígenas no Brasil, paralisadas nos últimos quatro anos, durante o Governo Bolsonaro. A entidade destaca que mais de 200 terras indígenas estão na fila da demarcação na Funai. Ao todo, 14 territórios estão com o processo em andamento, com a homologação a ser feita. Até o momento, cerca de 600 foram regularizadas.

Nas redes sociais, o presidente comentou: “Hoje tenho a alegria de assinar a homologação de seis territórios indígenas. A luta por demarcação dos povos indígenas é uma luta por respeito, direitos e proteção da nossa natureza e país. Estamos avançando”, destacou o presidente.

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Durante a transição de governo, o grupo de trabalho criado para as questões indígenas havia apontado a importância da demarcação de 14 terras. O Ministério dos Povos Indígenas informou, na semana passada, que 12 haviam sido encaminhadas para homologação na Casa Civil. No entanto, seis ficaram de fora dos anúncios de hoje.

Integrantes do Acampamento Terra Livre, em Brasília (DF) (Valter Campanato/Agência Brasil)

A edição deste ano do Acampamento Terra Livre, tem como tema “O futuro indígena é hoje. Sem demarcação não há democracia!”. A campanha defende as demarcações para que as políticas públicas voltadas aos povos indígenas cheguem, de fato, a essas populações. Que funcionem, também, a defesa e proteção dos povos originários e o combate ao desmatamento, à violência e ao garimpo ilegal nas terras indígenas, as TIs.

Desde 2018, estas são as primeiras terras indígenas a serem homologadas: 

  • TI Arara do Rio Amônia (AC), com população de 434 pessoas e portaria declaratória do ano de 2009.
  • TI Kariri-Xocó (AL), com população de 2.300 pessoas e portaria declaratória do ano de 2006.
  • TI Rio dos Índios (RS), com população de 143 pessoas e portaria declaratória de 2004. 
  • TI Tremembé da Barra do Mundaú (CE), com população de 580 pessoas e portaria declaratória do ano de 2015.
  • TI Uneiuxi (AM), com população de 249 pessoas e portaria declaratória do ano de 2006.
  • TI Avá-Canoeiro (GO), com população de nove pessoas e portaria declaratória do ano de 1996.

O presidente Lula ainda assinou dois decretos que recriam o Conselho Nacional de Política Indigenista (CNPI) e instituirá o Comitê Gestor da Política Nacional de Gestão Territorial e Ambiental de Terras Indígenas (PNGATI). 

O objetivo da PNGATI é promover e garantir a proteção, recuperação, conservação e o uso sustentável dos recursos naturais nos territórios indígenas. A iniciativa assegura a melhoria da qualidade de vida dos indígenas com condições plenas para a reprodução física e cultural das atuais e futuras gerações, além de garantir a integridade do patrimônio material e imaterial desses povos.

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