Jovens amazonenses defendem renovação política no primeiro voto para eleições municipais


24 de maio de 2020
Jovens amazonenses defendem renovação política no primeiro voto para eleições municipais
Jovens Eleitores contam as expectativas e anseios para o pleito municipal (Foto: Arquivo Pessoal)

Carolina Givoni – Da Revista Cenarium

MANAUS – Mesmo sem data definida pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), as eleições municipais deste ano serão a estreia de muitos eleitores. Embora a legislação eleitoral só determine obrigatoriedade para jovens com 18 anos, alguns com 16 e 17 anos já fazem questão de exercer o voto e contribuir com a escolha dos prefeitos e vereadores do Amazonas.

Para o estudante de 16 anos, Leonardo Rodrigues, que vai votar pela primeira vez, a expectativa formada gira em torno da ampliação de debates nas redes sociais até às urnas.

“Os jovens vão atrás daquilo que o representa, ou daquilo que representa seu grupo. A ampliação dos níveis de debate nas redes sociais, faz com que os jovens tenham a vontade de votar, uma vez que sentem que fazem parte da mudança”, comenta.  

“A juventude precisa de políticas públicas enérgicas, que tirem nossos jovens da rua, que combatem a desigualdade, que combatem o preconceito. Por isso sou defensor de candidatura jovens, ninguém melhor que os próprios jovens pra protagonizar a mudança que querem”, reforça o jovem Leonardo.

Marhia Edhuarda Bessa, universitária de 18 anos, diz estar apreensiva, por se tratar da primeira eleição, mas ressalta que considera o voto, um reforço aos trabalhos coletivos sociais, que buscam na política, lutar contas as desigualdades sociais.

“Ainda não ter nenhum candidato em mente, e por isso, fico receosa de não estar inteirada o suficiente e acabar ‘desperdiçando’ meu voto. E a pesar do nosso modelo de democracia estar longe do ideal, acredito que esse molde representativo é importante”.

Bessa também diz ter preferência às candidaturas jovens, ponderando que o debate parlamentar deve atender os anseios dos coletivos da sociedade. “Acredito que à medida em que os jovens podem buscar algum candidato que atenda suas demandas, essa identificação é maior. Além disso, é interessante pensar que aos poucos coletivos têm conseguido levantar pautas e debates dentro do ambiente parlamentar, considero importante ocupar esses espaços de poder. É um processo lento e muitas vezes dolorido, mas muito necessário e simbólico”, pondera.

Fala do especialista

Segundo o cientista social e professor da Universidade Federal do Amazonas (Ufam), Gilson Gil, em relação aos jovens, pode haver uma mudança do paradigma sobre a política na sociedade.

“Creio que há uma desconfiança generalizada sobre a política. Se olharmos redes sociais, veremos como todos os políticos sendo atacados. Contudo os jovens, desejam muitas coisas, possuem ambições, e buscam na politica, nos diferentes partidos, uma maneira de realizar isso”, explica.

Gil afirma que nossa democracia se encontra em um momento e que a desconfiança generalizada, acaba sendo um dos desafios para estas eleições. Outro ponto mencionado pelo sociólogo é a necessidade de tornar os jovens mais interessados quanto às questões políticas, através de propostas razoáveis, por exemplo.

“Entretanto, há segmentos juvenis que, por razões econômicas e sociais, estão mais distantes desses debates, ocupados com seu sustento e com seu mundo privado. Uma, entre outras, tarefas desta eleição, seria mobilizar esse segmento e tentar tornar razoáveis suas ideias, aglutinando- as em propostas viáveis”, finaliza.

Ações no TRE

O Desembargador Aristóteles Lima Thury, recém empossado como novo presidente do Tribunal Regional Eleitoral do Amazonas (TRE-AM), explica que a Justiça Eleitoral tem criado mecanismos para envolver os novos eleitores dentro do processo de votação e democracia.

“Nos últimos anos diversas ações de incentivo à participação do jovem eleitor, especialmente na faixa etária entre 16 e 18 anos, conscientizando-os da importância do exercício da cidadania, por intermédio do voto, destacando-se os projetos intitulados ‘Jovem Eleitor’, ‘Eleitor do Futuro’ e ‘Educação para a Cidadania”, disse o magristrado.

O presidente do TRE-AM, ainda relembra a “Semana do jovem eleitor”, ação coordenada em parceria com o TSE, que vinculou campanhas de conscientização no rádio, televisão e redes sociais voltadas aos jovens. Além de atividades locais realizadas em novembro do ano passado, voltadas ao fortalecimento da participação jovem na vida política.

“Visando às eleições municipais de 2020, o TRE-AM, em conjunto com a Escola Judiciária Eleitoral do Amazonas realizou, no último ano, diversas palestras direcionadas a estudantes do Ensino Médio sobre os temas cidadania, funcionamento do Estado brasileiro, organização dos Poderes e esferas, critérios para um voto consciente e fake news”, finaliza Thury.

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