Professores da UFRR confirmam adesão à greve nacional no dia 15 de abril

Jacildo Bezerra – Da Revista Cenarium

BOA VISTA (RR) – Ao contrário do que decidiram os filiados do Sindicato Nacional dos Servidores Federais da Educação Básica, Profissional e Tecnológica (Sinasefe), que atuam no Instituto Federal de Roraima (IFRR), professores da Universidade Federal de Roraima (UFRR) anunciam para o dia 15 de abril uma greve nacional por tempo indeterminado. Segundo a Seção Sindical dos Docentes (Sedusf) da UFRR, apenas os serviços administrativos essenciais serão mantidos.

Na última assembleia da categoria realizada no último dia dia 4 de abril foi deliberado o indicativo de estado de greve até o dia 15. Nessa data, uma nova assembleia vai ser realizada com pontos de pauta e indicativo de greve e, assim, ocorrerá a deliberação se haverá ou não adesão à greve, foi o que informou o presidente da Sedusf, professor Antônio Carlos. “A paralização das atividades depende de deliberação em assembleia, então, a possibilidade existe” disse.

Os professores buscam a realização das mesas de negociação que estão paradas por parte do governo federal, mesmo nas questões que não demandam despesa orçamentária. Os grevistas pleiteiam, ainda, a recomposição orçamentária das instituições de ensino, que tiveram o menor orçamento da história, além da reposição das perdas salariais dos últimos anos.

A negociação acerca da recomposição salarial está parada e o cenário é de congelamento de salários para 2024 e pagamento de duas parcelas de 4,5% para 2025 e 2026, abaixo do que seria a recomposição real. Esse vem sendo o motivo que leva a possibilidade de greve dos docentes.

Os professores defendem a recomposição da força de trabalho na Administração Pública Federal para recuperar a capacidade de atuação do governo para a execução de políticas públicas. Segundo o Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos, a pauta prioritária e a pasta vem atuando dentro do possível e dos limites orçamentários para atender às demandas dos órgãos e entidades do Executivo Federal.

Outras categorias

Os servidores federais do quadro geral também estão com indicativo de greve desde o início de abril. Segundo o presidente do Sindicato dos Servidores Públicos Federais do Estado de Roraima (Sindsep-RR), Gilberto Rosas, a proposta oficial do governo para servidores do Executivo federal, de aumento nos valores dos auxílios, segue em negociação, pois não foi aceita pela categoria em Roraima e nem em nível nacional.

De acordo com Rosas, como o governo federal vem negociando com algumas categorias em separado, discutindo a reestruturação de carreiras com alguns órgãos, conseguiu enfraquecer a base dos trabalhadores do quadro geral, que é a maior do serviço público federal. “Essas propostas de reestruturação de carreiras, deixaram a categoria enfraquecida”, disse o sindicalista.

Propostas

Segundo informativo no site da Confederação dos Trabalhadores no serviço Público Federal (CONSDSEF), até o momento, essa é a única alternativa apresentada pelo governo para 2024, que ainda não prometeu reajuste na remuneração do funcionalismo neste ano. Ainda no ano passado, o Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos sugeriu para 2024 elevação no auxílio-alimentação, de R$ 658 para R$ 1 mil; no valor per capita referente ao auxílio-saúde, de R$ 144 para R$ 215; e no auxílio-creche, de R$ 321 para R$ 484,90.

A pasta informou que a proposta de reajuste nos auxílios foi formalizada na reunião de 28 de fevereiro da Mesa Nacional de Negociação Permanente (MNNP), principal fórum de encontro entre governo e funcionalismo. A próxima reunião da Mesa está prevista para junho.

Em fevereiro, o governo também reafirmou a proposta do reajuste de 9% em duas parcelas para os próximos dois anos, sendo a primeira a ser paga em maio de 2025, e a segunda, em maio de 2026.

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Editador por Adrisa De Góes