Início » Poder » Projeto de lei que proíbe uso da linguagem neutra nas escolas é aprovado na Câmara de BH
Projeto de lei que proíbe uso da linguagem neutra nas escolas é aprovado na Câmara de BH
A proposta foi apresentada em 2021 pelo então vereador bolsonarista Nikolas Ferreira, à época, no PRTB e, hoje, deputado federal pelo PL (Reprodução/iStock)
Compartilhe:
24 de abril de 2023
Da Revista Cenarium*
BELO HORIZONTE (MG) – A Câmara Municipal de Belo Horizonte aprovou nesta segunda-feira, 24, em segundo turno, por 33 votos a 7, projeto de lei que proíbe o uso da linguagem neutra nas escolas públicas e privadas da capital mineira. A Casa tem 41 vereadores.
A proposta foi apresentada em 2021 pelo então vereador bolsonarista Nikolas Ferreira, à época, no PRTB e, hoje, deputado federal pelo PL. O combate à linguagem neutra é uma das principais bandeiras do bolsonarismo, que vê a questão como uma pauta de partidos e movimentos de esquerda.
A linguagem neutra tem como objetivo a definição de uma forma de tratamento para pessoas não binárias, de gênero fluido ou transgênero. Nela, a palavra “todos” poderia ser transformada em “todes”, por exemplo, como forma de evitar o masculino genérico.
PUBLICIDADE
Na justificativa do texto aprovado nesta segunda, o então vereador afirmava que a linguagem neutra atende a uma pauta ideológica específica que tenta segregar ainda mais as pessoas, e que isso não contribuiu para o desenvolvimento estudantil do aluno.
A vereadora Cida Falabella (PSOL), que votou contra o projeto, afirmou que o texto é inconstitucional e em nada contribui para as políticas educacionais. “Serve apenas como propaganda para o caldo cultural bolsonarista, que colocou a perseguição a pessoas trans e dissidentes de gênero como alvo principal”, argumentou.
O presidente da Câmara, Gabriel Azevedo (sem partido), disse que mantém o posicionamento da época da tramitação do texto na Comissão de Legislação e Justiça. Pelo regimento, o chefe do Poder Legislativo municipal de Belo Horizonte não vota nas apreciações de textos.
Para o vereador, a definição das diretrizes da educação é competência do governo federal.
A diretora do SindRede, o sindicato dos professores da rede municipal de ensino de Belo Horizonte, Cristiane Nunes de Oliveira, afirma que o texto é um ataque aos direitos das minorias. “A proibição do uso da linguagem neutra nas escolas afeta, principalmente, a comunidade LGBTQIAP+”, aponta.
Os comentários são de responsabilidade exclusiva de seus autores e não representam a opinião deste site. Se achar algo que viole os termos de uso, denuncie. Leia as perguntas mais frequentes para saber o que é impróprio ou ilegal.
Este site usa cookies para que possamos oferecer a melhor experiência de usuário possível. As informações dos cookies são armazenadas em seu navegador e executam funções como reconhecê-lo quando você retorna ao nosso site e ajudar nossa equipe a entender quais seções do site você considera mais interessantes e úteis.
Cookies Estritamente Necessários
O cookie estritamente necessário deve estar ativado o tempo todo para que possamos salvar suas preferências de configuração de cookies.
Se você desativar este cookie, não poderemos salvar suas preferências. Isso significa que toda vez que você visitar este site, precisará habilitar ou desabilitar os cookies novamente.