Quais serão os seus critérios para o novo ano?

Final do ano se aproximando e com ele as inevitáveis e tradicionais resoluções acerca do que esperamos alcançar no ano que se aproxima. Tempo de fazer um balanço do que passou, o que conseguimos realizar, aquilo que nos motiva a continuar e nos lançar a desafios futuros. Penso que estes momentos introspectivos nos dão a oportunidade de encarar três perguntas fundamentais para nossa vida e carreira.

De acordo com Clayton M. Christensen, professor na Harvard Business School, a chave para o sucesso se baseia em definir seus valores e estabelecer limites em terreno seguro. Independente do momento em que estejamos vivendo, acredito que respostas convincentes devem ser encontradas para as seguintes indagações: que garantias tenho de que serei feliz em minhas escolhas profissionais? Como evitar a tentação do caminho mais fácil? Como garantir que meu relacionamento familiar será igualmente feliz?

No tocante à primeira indagação – que garantias tenho de que serei feliz em minhas escolhas profissionais – essencial para esta resposta, penso, seja descobrir seu propósito de vida, parar e pensar, por alguns instantes, acerca de qual o motivo de Deus ter colocado você no mundo. Sem este conhecimento, somos embarcações sem leme, navegando nas águas agitadas da vida. Ter clareza de propósito é mais importante do que dominar a técnica de sua profissão. Meu propósito nasceu, em grande parte, da fé que professo. Contudo, a fé não é a única a servir de motivação para o indivíduo.

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Pesquisas apontam que a maior das motivações na vida não é, necessariamente, o retorno financeiro, mas, sim, as oportunidades de aprender, de assumir responsabilidades, colaborar, obter reconhecimento pelas conquistas, não importa seu ramo ou profissão. Penso que o grande norte para a resposta a esta primeira pergunta deve passar pelo fator “ajuda ao próximo”. O que faço, hoje, que pode ajudar cada vez mais as pessoas ao meu redor, sejam familiares, amigos ou mesmo desconhecidos que encontro pelo caminho? Somente o ganho financeiro não traz gratificação tão profunda quanto ajudar alguém a se desenvolver. Escolha fazer algo no próximo ano que aproxime você de seu propósito, sem isto a vida pode se tornar vazia.

A segunda questão traz contornos mais sensíveis, diz respeito a como viver uma vida íntegra. Em geral, quando deparados com a possibilidade de infringir as regras, sejam morais ou legais, para alcançar uma recompensa rápida ou desproporcional ao esforço empregado, noutros termos, escolher entre o certo e o errado, inconscientemente, empregamos o que estudiosos chamam de “doutrina do custo marginal”, uma voz em nossa cabeça que diz: “é só desta vez”.

O custo marginal procura pesar entre a conduta desonesta e a probabilidade de descoberta ou reprimenda. Sempre que esta matemática parecer sedutoramente baixa, a tendência é ceder, andar no caminho mais fácil “só desta vez”, sem examinar onde o caminho pode levar, e todos os custos envolvidos em uma decisão errada. A justificativa para a desonestidade reside exatamente neste custo marginal do “só desta vez”.

Experiência tem mostrado que é mais fácil ser honesto 100% do tempo do que 98%. Ceder, “só desta vez”, baseado na análise do custo marginal, inevitavelmente, leva a algum arrependimento. Neste aspecto, penso ser importante definir para si mesmo quais são ou quais serão os seus valores e traçar, nestes, os limites de seu porto seguro.

Por último, mas não menos importante, como garantir que o relacionamento familiar seja feliz? Decisões sobre alocação de tempo, energia e foco definem as principais respostas a esta pergunta, afinal, se temos quantidade limitada de energia, tempo e foco, quanto deve ser dedicado a cada uma de minhas atividades, sobretudo, a familiar?

Em geral, quando raramente nos sobra qualquer um desses fatores, aplicamos, sem pensar, em atividades com retornos mais imediatos e concretos. Em comparação, dedicar tempo e energia ao relacionamento familiar não costuma produzir esta mesma sensação imediata de realização.

Certa vez ouvi, em uma pregação sobre este assunto, que não devemos esquecer que as coisas mais importantes são, realmente, importantes. Precisamos (e me incluo, diretamente, nisto) entender e dedicar tempo e energia naquilo que é e será a nossa base para a vida. Qualquer vitória ou sucesso profissional, por mais relevante que seja, não substitui ou pode amenizar qualquer perda ou insucesso familiar.

Ao escolher os parâmetros que dirigem minha vida cheguei a conclusão de que o critério pelo qual Deus irá me avaliar não será o financeiro ou profissional. O que penso que será contado é, cada pessoa, cada indivíduo cuja vida toquei, a família que me dediquei, o que pude fazer para ajudar o meu próximo a se tornar uma pessoa melhor. Creio que assim será para todos nós.

No ano que se aproxima, após todos os desafios que enfrentamos em 2022, recomendo que cada um de nós pare e tire um tempo para pensar em quais serão os critérios para o novo ano. Em como nossa vida será julgada, adotando a resolução de viver cada dia de modo que, ao final, possamos, verdadeiramente, considerar aquilo que fizemos um sucesso.

O articulista é advogado; membro do Instituto dos Advogados Brasileiros (IAB Nacional); professor de Direito Constitucional e Internacional; coordenador da International Religious Liberty Association (IRLA) para a Região Noroeste do Brasil; mestre e doutorando em Direito.

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(*)Advogado; Membro do Instituto dos Advogados Brasileiros (IAB Nacional); Professor de Direito Constitucional e Internacional. Coordenador da International Religious Liberty Association (IRLA) para a Região Noroeste do Brasil; Mestre e Doutorando em Direito.

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