Queda de 12,5% no consumo das famílias derruba PIB no segundo trimestre do ano, diz IBGE

(Ricardo Oliveira/Revista Cenarium)

Da Revista Cenarium*

SÃO PAULO – Base da recuperação econômica após a recessão iniciada em 2014, o consumo das famílias brasileiras caiu 12,5% no segundo trimestre de 2020 em relação aos três meses anteriores. O dado foi divulgado nesta terça-feira, 1º, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e explica parte da queda de 9,7% do Produto Interno Bruto (PIB) no período. A queda só não foi maior por conta dos efeitos do auxílio emergencial.

O consumo das famílias é o principal componente do PIB sob a ótica da demanda, respondendo por quase 70% do cálculo do indicador, e vinha sustentando a lenta retomada da economia nos últimos anos, enquanto investimentos e mercado externo oscilavam.

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Para a coordenadora de Contas Nacionais do IBGE, Rebeca Palis, o consumo das famílias não caiu mais porque programas de apoio financeiro do governo foram realizados. “Isso injetou liquidez na economia. Também houve um crescimento do crédito voltado às pessoas físicas, que compensou um pouco os efeitos negativos”, explicou.

Segundo o IBGE, o consumo teve contração de 13,5% em relação ao mesmo período de 2019, índice que representa a maior queda registrada na série histórica, de 1996. Este foi o segundo resultado negativo desta comparação após 11 trimestres de avanço.

“O índice pode ser explicado pelo isolamento social no país, proibição de funcionamento de algumas atividades especialmente de serviços prestados às famílias, além queda da massa de salarial no país”, diz o IBGE.

Os números do PIB mostram que os investimentos públicos e privados na economia brasileira recuaram 15,4%. A chamada Formação Bruta de Capital Fixo recuou 15,2% em relação ao mesmo período de 2019.

“A queda é justificada pelos resultados negativos registrados tanto na produção interna de bens de capital quanto na construção”, diz o IBGE.

O consumo do governo caiu 8,8% em relação ao primeiro trimestre, segundo o IBGE. O resultado é influenciado por fatores como números de matrículas nas escolas públicas, internações no SUS (Sistema Único de Saúde) e gastos com salários do funcionalismo.

Outros dois componentes da demanda são as exportações e as importações. As importações caíram 13,2% e as vendas de bens e serviços para o exterior subiram 1,8%.

(*) Com informações da Folhapress

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