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Associação quer ampliar índice de reciclagem de vidro no Brasil
Vidro leva mais de quatro mil anos para se decompor (Foto: Reprodução/Pixabay)
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11 de junho de 2024
Alessandro Fernandes – Da Revista Cenarium
MANAUS (AM) – Com o avanço dos debates a respeito da causa ecológica, a reciclagem é um dos temas principais entre as organizações que desenvolvem ações para evitar o descarte incorreto dos resíduos. Com o objetivo de aumentar a reciclagem de vidro no Brasil, a entidade gestora “Circula Vidro” será lançada na Câmara dos Deputados nesta quinta-feira (13), em Brasília, com meta principal de ampliar o índice de reciclagem anual de vidro no Brasil ao patamar de 40%, até 2032.
Material recorrente no nosso cotidiano, o vidro, que muito mais que o plástico, leva mais de quatro mil anos para se decompor. Por conta da preocupação com impactos que podem gerar na natureza, a reciclagem do vidro, chamada também de “logística reversa” das embalagens de vidro, passou a ter uma unidade de controle no Brasil.
Denominada Circula Vidro, a Associação Brasileira Gestora da Logística Reversa de Embalagens de Vidro, formada por associações que representam o alto consumo e produção de embalagens de vidro, tem como fundadores as entidades Associação Brasileira das Indústrias de Vidro (Abividro), Associação Brasileira de Bebidas (9Abrabe) e O Sindicato Nacional da Indústria da Cerveja (Sindicerv).
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Garrafas de vidro descartadas de forma irregular (Divulgação/Polícia Civil-SP)
Uma das principais metas da entidade, que está baseada no Decreto Federal 11.300/2022, é buscar alternativas para minimizar os impactos do material, como iniciativas de logística reversa implementadas pelas empresas participantes do sistema, ampliar a educação ambiental sobre o tema e divulgar as alternativas de reciclagem e de economia circular do vidro, entre toda população.
Ainda segundo o decreto, o sistema de logística reversa de embalagens de vidro deve ter a participação de fabricantes, importadores, distribuidores, comerciantes e consumidores, dentro de suas determinadas atribuições, de forma a concretizar a responsabilidade prevista pela Política Nacional de Resíduos Sólidos (Lei n. 12.305/2015).
Conforme um estudo realizado pela Instituição de ensino superior no Rio Grande do Sul (Unicruz), a reciclagem do vidro contribui para a melhoria de condições “limpeza” pública e “redução do volume” de resíduos em aterros e lixões. Segundo dados da Secretaria Municipal de Limpeza Urbana (Semulsp), por mês em Manaus, cerca de 72 mil toneladas de resíduos domésticos, equivalente a uma média diária de 2.395,8 toneladas de lixo doméstico.
Outra preocupação do estudo é para que o vidro emita menos resíduos particulados e CO2. A alta concentração de dióxido de carbono na atmosfera resulta em poluição do ar, chuva ácida e desequilíbrio no efeito estufa, segundo o eCycle. A redução das partículas contribui significativamente para a conservação do meio ambiente.
De acordo com o CEO da Circula Vidro, Fábio Ferreira, o vidro é um material 100% reciclável. Ou seja, um quilo de caco gera um quilo de vidro novamente apto para utilização. “É um material protagonista da reciclagem e da redução de resíduos sólidos do meio ambiente”, disse.
Coleta de resíduos (Léo Costa/Prefeitura de Iperatriz)
Dados
Os dados mais recentes, de 2019, foi apontado que apenas 70,37% dos Estados possuem Planos Estaduais para Resíduos Sólidos e 2.487 municípios, o equivalente a 44,65% dos locais pesquisados possuem Plano Municipal sobre o tema, segundo levantamento do Sistema Nacional de Informações sobre a Gestão dos Resíduos Sólidos (Sinir+).
No Amazonas, apenas dois municípios, Manaus e Rio Preto da Eva, aparecem com situação ambientalmente adequada na destinação de resíduos como a reutilização, a reciclagem, a compostagem, a recuperação e o aproveitamento energético ou outras destinações admitidas pelos órgãos competentes. São 238,4 toneladas predispostas em 22 municípios que a situação aparece como inadequada. Representando -6,3% abaixo do ano anterior, mas o número ideal, conforme o levantamento, seria de 226,8 toneladas. Outros 38 municípios não informaram os dados.
Fonte: Sistema Nacional de Informações sobre a Gestão dos Resíduos Sólidos (Sinir+)
O vidro, entre as categorias de materiais secos recuperados, representava 11%, o menor percentual se comparado a outras categorias como papel e papelão (39%), plástico (24%), e metal (12%). No entanto, Fábio afirma que de 2019 para cá, as empresas têm feito investimentos e esse número já aumentou bastante.
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