‘Redução no alerta de desmatamento no Amazonas tem relação com período de chuvas’, diz especialista


14 de abril de 2021
‘Redução no alerta de desmatamento no Amazonas tem relação com período de chuvas’, diz especialista
Nuvem de chuva sobre trecho de floresta no estado do Amazonas (Reprodução/ Revista Fapesp)

Marcela Leiros – Da Revista Cenarium

MANAUS – A área sob alerta de desmatamento no Amazonas caiu 12% no primeiro trimestre de 2021 em comparação com o mesmo período de 2020, segundo o sistema de monitoramento de desmate do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). A redução pode não significar uma real perspectiva do desmatamento das áreas florestais no Estado, segundo o ambientalista ouvido pela REVISTA CENARIUM, Ricardo Ninuma.

Os dados foram analisados e divulgados pela Secretaria de Estado do Meio Ambiente (Sema). De janeiro a março de 2020, o Amazonas acumulou 106,88 km² de alertas de desmatamento. Já neste ano, o sistema Sistema de Detecção de Desmatamentos em Tempo Real (Deter) do Inpe constatou uma redução de 13,08 km² no índice, o que representa aproximadamente 1.831 campos de futebol a menos de área desmatada.

À REVISTA CENARIUM o ambientalista Ricardo Ninuma indicou que os alertas de desmatamento estão suscetíveis à cobertura de nuvens nas regiões monitoradas, logo este pode ser um dos motivos da redução dos alertas.

“O alerta de desmatamento nada mais é do que a detecção do ato consumado de destruição da mata, quer seja por incêndio e ou por desmatamento. Em março, houve muitas chuvas e pode ter havido uma relação com a diminuição dos alertas, devido à ocorrência de nuvens na região”, destacou Ricardo Ninuma.

A afirmação do ambientalista é fundamentada pelo próprio Deter, que indica ainda que o monitoramento “captura apenas parte das alterações ocorridas, devido à menor resolução das imagens/sensores utilizadas e as restrições de cobertura de nuvens”.

Desmatamento na Amazônia

Dados do Deter apontam que em março deste ano foram registrados 367 km² de áreas desmatadas na Amazônia, o maior desde o começo da série histórica em 2016. A destruição da floresta em março teve crescimento de 12,6% em relação a março de 2020, quando foi registrado 326 km² de áreas desmatadas.

No mesmo ano, o desmatamento atingiu os níveis mais elevados dos últimos 12 anos, mesmo em meio à pandemia da Covid-19. A série histórica levantada pelo Deter vem sendo feita desde 2016 quando o nível do desmatamento em março atingiu 300 km² de mata derrubada. Em 2017, foi o menor nível, apenas 74 km² de área desmatada.

Na contramão dos números totais da região, a Secretaria de Estado do Meio Ambiente do Amazonas informou que o estado apresentou queda nos alertas de desmatamento emitidos em março. Foram 15,5% a menos de área desmatada, passando de 72,71 km² registrados em março de 2020, para 61,41 km² em março deste ano.


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