Representatividade: dois Estados do Brasil elegem governadores LGBT+ declarados

Apesar dos diversos avanços obtidos no campo da valorização da diversidade na política, na corrida presidencial, por exemplo, há baixa representatividade da diversidade (Reprodução)
Da Redação

MANAUS – O governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB), eleito no 2° turno e, a governadora do Rio Grande do Norte, Fátima Bezerra (PT), reeleita no 1° turno, serão os dois comandantes estaduais assumidamente LGBTQIAP+ (Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transsexuais, Queers, Intersexo, Assexual, Pansexual+).

A governadora Fátima, reeleita com 58,31% dos votos, sempre foi abertamente lésbica e já afirmou que em sua “vida pública ou privada nunca existiram armários”.

Leite, eleito com 57,12% dos votos, assumiu, publicamente, que é homossexual, no programa “Conversa com Bial”, da Rede Globo, quando tentava emplacar seu nome para a disputa à Presidência da República.

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“Eu sou gay. E sou um governador gay, e não um gay governador. Tanto quanto Obama nos Estados Unidos não foi um negro presidente, foi um presidente negro. E tenho orgulho disso”, disse.

Eleição e diversidade

As eleições deste ano contaram com 1.654 cargos em disputa: um presidente da República, 1.059 deputados estaduais, 513 deputados federais, 54 senadores e 27 governadores. Ou seja, os brasileiros puderam decidir os chefes do Poder Executivo federal e estadual, os representantes do povo e dos Estados.

Apesar dos diversos avanços obtidos no campo da valorização da diversidade na política, a cartilha pontua que na corrida presidencial, por exemplo, há baixa representatividade da diversidade, tendo em vista que, entre as 11 principais pré-candidaturas, concorrem apenas três mulheres, sendo os demais homens, héteros, cisgêneros, cristãos e economicamente privilegiados.

A advogada Fernanda Macedo, consultora de treinamentos da Gestão Kairós e responsável pelo conteúdo da cartilha, entende que já passou da hora de mudar os grupos sociais que dominam a política no Brasil.

“Estamos em um ano muito importante, no qual decidimos sobre o futuro do nosso País, e o direito antidiscriminatório nos dará o alicerce ao tratarmos da temática diversidade e inclusão”, pondera a jurista.

“O exercício da cidadania em uma democracia vai além dos direitos políticos. Encampa a possibilidade de cidadãs e cidadãos, sem qualquer distinção, exercerem o direito de ser quem são, contemplados e representados em suas subjetividades, como assegura a Constituição vigente”, finaliza.

Representatividade

Levantamento do Programa Voto com Orgulho, da Aliança Nacional LGBTI+, apontou que 20 candidatos da comunidade LGBT foram eleitos no último dia 2 de outubro.

A aliança monitorou o processo eleitoral deste ano e levantou 356 candidaturas LGBTI+. Foram eleitos 13 deputados estaduais, um deputado distrital e cinco deputados federais.

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