Aprovados no Senado requerimentos para apurar se joias de Bolsonaro são propinas


14 de março de 2023
Aprovados no Senado requerimentos para apurar se joias de Bolsonaro são propinas
Joias estão avaliadas em cerca de R$ 16,5 milhões (Reprodução/Redes Sociais)
Da Revista Cenarium*

BRASÍLIA – Presidida pelo líder da bancada do Amazonas, Omar Aziz (PSD-AM), a Comissão de Transparência, Governança, Fiscalização e Controle e Defesa do Consumidor do Senado (CTFC) aprovou requerimento que pede informações a representantes da Petrobras, dos ministérios de Minas e Energia, e de Relações Exteriores para esclarecer sobre a venda da refinaria Landulpho Alves para a Mubadala Capital, um fundo de investimentos dos Emirados Árabes Unidos.

A comissão quer investigar se a venda da estrutura por um preço abaixo do avaliado (R$ 1,65 bilhão) tem alguma ligação com o caso das joias que entraram ilegalmente no País como supostos presentes ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

“Existem avaliações (do valor de mercado) feitas por instituições independentes de, praticamente, o dobro do que a refinaria foi efetivamente vendida. Outro ponto é que 14% do refino de petróleo, no Brasil, é feito por essa refinaria e, hoje, importamos gasolina porque não temos condições de refinar. Então, a gente exporta o óleo e importa a gasolina, e o Brasil perde muito com isso”, explicou o senador Omar Aziz.

O senador defende que o Brasil deve investigar a fundo a procedência das joias e devolvê-las ao seu local de origem, tendo em vista os fortes indícios de que os itens são fruto de pagamento de propina.

Na reunião desta terça-feira, 14, foram aprovados, oficialmente, pela CTFC requerimentos de informações ao presidente da Petrobras, Jean Paul Prates; ao Ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira de Oliveira; e ao Ministro de Relações Exteriores, Mauro Vieira.

Além da colaboração com informações sobre o processo de venda da refinaria, os requerimentos também solicitam informações detalhadas a respeito da agenda de viagens internacionais do ex-ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque.

“Não é favor, é obrigação nossa dar transparência e governança, e o que estamos discutindo aqui é que oito vezes se teve uma tentativa de pegar essas joias. É algo bastante estranho a forma como foi conduzida isso, principalmente, para um ministro de Estado (Bento Albuquerque). Por muito menos, pessoas já foram execradas nesse País, então, é nosso papel; nós, senadores, estamos aqui, por isso, para dar transparência. Sempre vai haver dúvidas (na gestão de recursos públicos) e a comissão vai estar aberta para esclarecer essas dúvidas, independente do governo que estiver no poder”, completou Aziz.

Na reunião, os parlamentares também elegeram o senador Otto Alencar (PSD-BA) para a vice-presidência da CTFC. Alencar aproveitou para denunciar indícios de subvalorização de outra refinaria privatizada durante o Governo Bolsonaro.

“Esse valor de R$ 1,65 bilhão – não foi de dólares – me pareceu uma quantia subestimada para o valor e as instalações da refinaria de Mataripe, na Bahia. Hoje, no meu Estado, existe um monopólio dessa refinaria, tanto que o que se vende de óleo diesel e gasolina tem o maior custo por litro do Brasil”, disse Alencar, que reforçou o pedido de investigação da origem e finalidade das joias presenteadas a Bolsonaro.

(*) Com informações da assessoria

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