Mais um fim de ano se aproxima e, com ele, aquele velho hábito de escrever uma lista de objetivos a serem alcançados nos próximos 365 dias da sua vida. Metas financeiras, de novos conhecimentos, de saúde e de relacionamentos – grande parte delas já nascem, muitas vezes, fadadas ao fracasso por serem inatingíveis e genéricas demais.
Numa sociedade obcecada por metas e conquistas, muitas vezes esquecemos que a verdadeira transformação começa dentro de nós. As listas de metas dos anos anteriores, que ficaram apenas no papel, revelam a crua realidade: focar apenas nos objetivos pode ser um beco sem saída. Afinal, se você não muda com o ano, nada muda.
Qual é, então, o segredo para mudar tudo? Uma revolução na identidade. Dados de neurociência evidenciam que a mudança de comportamento está intrinsecamente ligada à transformação de quem somos.
James Clear, autor do best-seller “Hábitos Atômicos”, desvenda as quatro leis fundamentais para a mudança comportamental duradoura. A primeira lei, “Cue” (gatilho), sugere identificar os sinais que disparam nossos hábitos. Se o desejo de um lanche noturno surge com o cansaço, substituir esse hábito por uma caminhada revigorante pode reprogramar sua mente a abandonar essa associação de cansaço à comida.
A segunda lei, “Craving” (anseio), destaca a importância de cultivar vontades positivas. Estudos em neurociência comportamental publicados no “Frontiers in Human Neuroscience” mostram que associar uma atividade a emoções prazerosas fortalece as conexões neurais relacionadas a essa ação, facilitando sua internalização. Trocar o “dever” do exercício por uma prática que genuinamente nos traga satisfação, como dançar ou praticar ioga, é uma forma eficaz de incorporar novos hábitos.
Definir respostas claras, bem específicas e realizáveis é o grande ensinamento da terceira lei, “Response” (resposta). Pesquisas publicadas no “Journal of Experimental Psychology: Applied” enfatizam que metas detalhadas e alcançáveis são essenciais para a formação de hábitos duradouros. Transformar uma resolução vaga, como “vou me exercitar mais”, em passos específicos, como “farei uma caminhada de 30 minutos todas as manhãs”, facilita a execução.
A celebração de cada vitória, por menor que seja, é a chave para a mudança de comportamento por meio da prática da quarta lei, “Reward” (recompensa). Associar a conclusão de uma tarefa a uma recompensa, como ouvir suas músicas preferidas, ver um filme interessante ou fazer uma leitura prazerosa, fortalece o hábito.
Ao explorar as quatro leis da mudança comportamental respaldadas por estudos em neurociência, percebemos que transformar nossos hábitos é mais do que estabelecer e alcançar metas que escrevemos na lista de ano novo: é, antes de tudo, uma evolução de identidade.
No palco da vida, as mudanças começam nos bastidores, nas escolhas diárias moldadas por hábitos. Seja o autor da sua narrativa, reescrevendo-a com os hábitos que conduzem ao sucesso e prosperidade.
Raphael Cortezão é treinador comportamental, jornalista, mestre em Sociedade e Cultura na Amazônia, empresário e diretor do Instituto Inspiração Hub. Instagram: @raphaelcortezao
(*)Raphael Cortezão é treinador comportamental, jornalista, mestre em Sociedade e Cultura na Amazônia, empresário e diretor do Instituto Inspiração Hub. Instagram: @raphaelcortezao
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