Roraima tem maior índice de liberdade econômica no Brasil, mostra estudo


27 de julho de 2021
Roraima tem maior índice de liberdade econômica no Brasil, mostra estudo
Cédulas de real (Reprodução/O Globo)
Marcela Leiros – Da Revista Cenarium

MANAUS – Roraima tem o maior índice de liberdade econômica da Amazônia Legal e do País, segundo o Índice Mackenzie de Liberdade Econômica Estadual (IMLEE). O Maranhão, que também faz parte da região, está em último lugar no ranking, divulgado em 2020, com dados de 2018. Apesar de significar menor intervenção do Estado nas atividades econômicas, a liberdade econômica deve ser analisada com atenção, já que arrisca empregos e a mão de obra, de acordo com a economista Denise Kassama.

“A liberdade econômica está relacionada com a dinâmica dos mercados. Então, com o avanço destas relações, empresas não pensam duas vezes em enxugar custos para serem mais competitivas. Essa redução de custos geralmente está relacionada com a redução da mão de obra. Por isso, que em um momento atual, é necessário algum tipo de intervenção do governo para minimizar os impactos da Covid-19 e o desemprego. Sabemos que, no Brasil, os custos sobre a folha [de pagamento] ainda são bem pesados”, pontuou ainda a vice-presidente da Conselho Federal de Economia (Cofecon).

Classificação

Roraima lidera com 8,92 e Maranhão está na “lanterna” nacional com 6,81. A economista explicou ainda que, mesmo com a “liberdade econômica“, intervenções dos governos – federais, estaduais ou municipais – são necessárias quando os preços e serviços tornam-se abusivos e passam a arriscar a economia.

“Vejamos o caso dos planos de saúde, cada vez mais caros, mesmo com regulamentação. Então, em plena pandemia, se não houvesse regulamentação, a tendência seria aumentar os preços ainda mais, pois a demanda estaria garantida por conta da situação geral. Em um passado não muito distante foi necessária a intervenção do governo federal no mercado de veículos, isentando o IPI e tornando os preços mais competitivos”, detalhou Kassama.

(Catarina Hak/Revista Cenarium)

Brasil

O índice mede o grau de liberdade econômica de unidades da federação dentro do País, cujo contexto de liberdade econômica é baixo. Ou seja, as condições gerais de se fazerem negócios e empreender no Brasil são ruins. A posição do Brasil no ranking de Liberdade Econômica elaborado pela entidade Heritage Foundation, 2021 Index of Economic Freedom, coloca o Brasil com pontuação de 143ª posição entre 178 países mensurados, com pontuação de 53,4.

“O Brasil é um dos países mais burocráticos do mundo, onde o excesso de regulamentações dificulta a realização de novos negócios. Esse excesso de regulamentações gera insegurança ao investidor e reprime avanços. O mercado passa a ser regulado pelos princípios da oferta e demanda”, destacou ainda a economista.

Estudo

O estudo tem como base a metodologia do Fraser Institute no Economic Freedom of North America1, o IMLEE 2020, que apontou melhoria no ambiente de negócios de boa parte dos Estados brasileiros. O índice varia de zero (menos liberdade) a dez (mais liberdade) e é uma medida relativa de desempenho dos Estados e do distrito federal. “As unidades federativas que se encontram no grupo de maior nível de liberdade econômica
contam com maior PIB per capita e menor informalidade no mercado de trabalho”, diz a pesquisa.

A nota média do conjunto das unidades federativas do Brasil cresceu para 7,66 ante 7,09 do relatório passado.

Veja o estudo na íntegra:

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