Saiba como foi o processo de implementação da vacina contra a dengue

Ampola de vacina e uma seringa ao lado (Reprodução/iStock)
Da Revista Cenarium*

BRASÍLIA (DF) – Desde 2023, o Ministério da Saúde (MS) está em constante monitoramento e alerta para o aumento de casos de dengue no Brasil. Nesse cenário, a pasta coordenou uma série de ações para o enfrentamento das arboviroses, intensificou os esforços e reforçou a conscientização sobre medidas de prevenção. Uma das iniciativas foi a incorporação da vacina contra a dengue, que será aplicada na população de regiões endêmicas, em 521 municípios, a partir de fevereiro. O processo foi organizado com o Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass) e Conselho de Secretarias Municipais de Saúde do Brasil (Conasems), seguindo as recomendações da Câmara Técnica de Assessoramento em Imunização (CTAI) e da Organização Mundial de Saúde (OMS).

“Estamos desde novembro do ano passado em um processo de acompanhamento da dengue. Instituímos uma Sala de Situação de Arboviroses, também preocupados com chikungunya e zika, porque são doenças associadas ao Aedes aegypti. A Sala reúne a equipe da Vigilância em Saúde e vários especialistas. Já tínhamos feito um alerta de um prognóstico de aumento de casos nesses meses, o que tem se confirmado agora. Como sempre, os registros de casos não ocorrem de forma uniforme, em razão das características do nosso País, mas em algumas regiões vemos esse aumento expressivo dos casos”, ressaltou a ministra da Saúde, Nísia Trindade, em coletiva sobre o assunto nesta quinta-feira, 25.

Ao centro da mesa, a ministra da Saúde, Nísia Trindade (Divulgação/MS)

Nísia Trindade alertou que 75% dos focos do mosquito transmissor estão em residências, o que mostra a importância do controle nesses locais. “Reduzir os casos de dengue têm que ser uma ação do governo, mas também de cada cidadão. Tem que ser uma união de esforços. É uma doença que, em alguns casos, agrava, e para isso, estamos adotando medidas para evitar hospitalizações e mortes que são evitáveis”, disse.

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As regiões de saúde selecionadas para receber as vacinas atendem a três critérios: são formadas por municípios de grande porte, ou seja, mais de 100 mil habitantes, com alta transmissão de dengue registrada em 2023 e 2024, e com maior predominância do sorotipo DENV-2. Com isso, 16 Estados e o Distrito Federal têm municípios que preenchem os requisitos para o início da vacinação a partir de 2024. Serão vacinadas as crianças e adolescentes entre 10 e 14 anos, faixa etária que concentra maior número de hospitalização por dengue – 16,4 mil de janeiro de 2019 a novembro de 2023, depois das pessoas idosas, grupo para o qual a vacina não foi autorizada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Esse é um recorte que reúne o maior número de regiões de saúde. O esquema vacinal será composto por duas doses, com intervalo de três meses entre elas.

A definição de um público-alvo e regiões prioritárias para a imunização foi necessária em razão da capacidade limitada de fornecimento de doses pelo laboratório fabricante da vacina. A primeira remessa com cerca de 757 mil doses chegou ao Brasil no último sábado, 20. O lote faz parte de um total de 1,32 milhão de doses fornecidas pela farmacêutica. Outra remessa, com mais de 568 mil doses, está com entrega prevista para fevereiro. Além dessas, o Ministério da Saúde adquiriu o quantitativo total disponível pelo fabricante para 2024: 5,2 milhões de doses. De acordo com a empresa, a previsão é que sejam entregues ao longo do ano, até dezembro. Para 2025, a pasta já contratou 9 milhões de doses.

O Brasil é o primeiro País do mundo a oferecer o imunizante no sistema público universal. O Ministério da Saúde incorporou a vacina contra a dengue em dezembro de 2023. A inclusão foi analisada de forma célere pela Conitec (Comissão Nacional de Incorporações de Tecnologias no SUS), que recomendou a incorporação.

Leia mais: Quatro Estados da região Norte vão receber a vacina da dengue a partir de fevereiro
(*) Com informações do Ministério da Saúde (MS)
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