Saiba o que muda no CBA após decreto de personalidade jurídica

O Centro de Bionegócios da Amazônia. (Divulgação)
Ívina Garcia – Da Revista Cenarium

MANAUS – Após 20 anos de espera, o Centro de Biotecnologia da Amazônia (CBA), agora chamado de Centro de Bionegócios da Amazônia, conquistou a personalidade jurídica e pode gerir seus próprios recursos, além de captar financiamento. O presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva (PT) assinou, no último dia 3 de maio de 2023, o decreto de qualificação da Organização Social (OS), que irá gerir o centro.

A partir da assinatura, o CBA deixou de ser vinculado à Superintendência da Zona Franca de Manaus (Suframa) e passa a ser gerido pelo consórcio liderado pela Fundação Universitas de Estudos Amazônicos (Fuea), em conjunto com a Universidade do Estado do Amazonas (UEA) e o Instituto de Pesquisas Tecnológicas de São Paulo (IPT-SP).

O CBA é considerado vital para o desenvolvimento da bioeconomia brasileira, cuja âncora é a maior floresta do planeta (Reprodução/Divulgação-Suframa)

Com personalidade jurídica própria, o CBA agora tem autonomia para captar recursos públicos e privados que irão ampliar as atividades da instituição. O centro é responsável por apoiar o fomento a iniciativas que promovam o aproveitamento econômico e sustentável da biodiversidade amazônica, utilizando de políticas de desenvolvimento conduzida pelo governo federal.

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O que mudou foi que agora há mais agilidade, muitos projetos nasciam da cabeça do pesquisador sem haver demanda do mercado. Porém, agora, o CBA recebe encomenda tecnológica ou desenvolve tecnologias que estão mais aptas a serem transferidas. O que acredito que vá melhorar é a interação com o setor produtivo“, avalia o atual gestor do CBA, Fábio Calderaro, sobre o novo momento do CBA.

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O gestor do Centro de Biotecnologia da Amazônia (CBA), Fábio Calderaro. (Reprodução)

Calderado afirma, ainda, que essa conquista era esperada há duas décadas. “A instituição da personalidade jurídica do CBA, além de pleito esperado pela sociedade há mais de 20 anos, concretiza um processo iniciado quando nos foi delegada a missão de tornar o centro uma instituição mais dinâmica, integrada ao ecossistema de inovação e próxima dos setores de atividade que podem adensar as cadeias da bioeconomia na região“, explica.

Apesar da mística de que o CBA era um “elefante branco” e estava parado, Calderado explica que muitas tecnologias desenvolvidas no local não poderiam ser divulgadas por se tratarem de conhecimentos industriais. “A inovação é silente, os projetos desenvolvidos, muito deles, têm segredo industrial, então eles são desenvolvidos e transferidos pelo setor primário“, diz.

O que é o CBA?

Localizado no Distrito Industrial de Manaus, zona Sul de Manaus, o Centro de Bionegócios da Amazônia conta com uma estrutura de 12.000 metros quadrados que inclui 26 laboratórios, núcleo de produção de extratos, planta piloto industrial e incubadora de empresas, entre outros equipamentos e instalações.

Desenvolvido em 2002, passou a funcionar, a partir de 2004, com a promessa de desenvolver tecnologias a partir de pesquisas integradas, utilizando como insumos os produtos amazônicos, ou seja, visando produzir tecnologias para a indústria de farmacêuticos, cosméticos, bioinseticidas e agricultura, incluindo as indústrias de alimentos, corantes, aromatizantes e de óleos essenciais.

Conforme o governo federal, atualmente, o CBA possui uma equipe de 20 profissionais do Programa Nacional de Apoio ao Desenvolvimento da Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Pronametro), todos voltados diretamente à atuação em projetos de pesquisas científicas que visam ao desenvolvimento e avaliação de produtos da região amazônica e à implantação e execução de transferências de tecnologias.

O grupo tem formações em diversas áreas do nível superior e apresenta alta especialização lato sensu e stricto sensu, sendo cinco mestres, oito doutores, três especialistas e quatro graduados.

O CBA reforça atividades e cria bases para seu novo momento em ano decisivo. (Divulgação)

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