‘Sonhava se formar em Administração’, diz avó de indígena assassinado durante assalto em Manaus


17 de dezembro de 2021
‘Sonhava se formar em Administração’, diz avó de indígena assassinado durante assalto em Manaus
Zorma Sateré-Mawé chora durante o velório do neto, a quem considerava como filho, Melquisedeque Santos do Vale, 20 (Ricardo Oliveira/ Revista Cenarium)
Gabriel Abreu – Revista Cenarium

MANAUS – “Meu filho tinha um sonho de se formar em administração”, disse à CENARIUM, muito emocionada, Zorma Sateré-Mawé, a avó do indígena Melquisedeque Santos do Vale, 20, que morreu em um assalto, na noite de quinta-feira, 16, em Manaus. Durante o velório do neto, que considerava como filho, nesta sexta-feira, 17, desesperada e inconsolável, ela relembrou os últimos momentos com o ‘filho do coração’ ainda em vida.

“Meu filho antes de morrer disse que ia fazer uma surpresa para mim. Porque tinha acabado de receber, no trabalho, um panetone e um peru, mas ele não conseguiu chegar em casa. Queremos justiça. As autoridades precisam investigar, o meu filho é mais uma vítima da violência que se instalou na cidade grande”, relatou a mãe do jovem que pertencia à etnia Sateré-Mawé.

Natural de Manaquiri, distante 165 quilômetros de Manaus, Melquisedeque se mudou para a capital em busca de um futuro melhor. No momento do crime, ele estava no coletivo da linha 444, após sair da loja de departamento onde trabalhava como Jovem Aprendiz.

O ônibus fazia o trajeto até o Centro da capital, mas foi desviado durante o assalto para avenida Santos Dumont, bairro Tarumã, zona Oeste da capital. O jovem voltava para casa com um panetone, que tinha acabado de ganhar no trabalho, e com o qual iria fazer uma surpresa para a mãe.

Leia também: Indígena de 20 anos assassinado durante assalto em Manaus voltava para casa com panetone

Protestos

O jovem morava com a família e amigos na Associação de Mulheres Sateré-Mawé, no bairro Compensa, zona Oeste, onde ocorreu uma manifestação durante o velório, pedindo que a Polícia Civil do Amazonas (PC-AM) dê uma resposta rápida ao crime. Aos gritos de “não à impunidade”, os familiares do jovem pediram justiça.

O corpo do jovem de 20 anos está sendo velado em uma igreja evangélica no bairro Compensa. O enterro será no município de Manaquiri.

Investigações

Na manhã desta sexta-feira (17), a Polícia Civil informou que o crime foi registrado no 19º Distrito Integrado de Polícia (DIP) como latrocínio, mas será encaminhado à Delegacia Especializada em Roubos, Furtos e Defraudações (Derfd), que irá conduzir as investigações. Mais informações não foram repassadas para não comprometer a investigação.

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