Um mês depois de fazer buscas contra Salles, delegado perde função de chefia na PF


22 de junho de 2021
Um mês depois de fazer buscas contra Salles, delegado perde função de chefia na PF
O delegado, apesar da decisão, continua à frente da investigação envolvendo Salles (Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil)

Com informações do O Globo

MANAUS – O delegado da Polícia Federal Franco Perazzoni foi dispensado, na última quinta-feira, da função de chefe da Delegacia de Repressão à Corrupção e Crimes Financeiros do Distrito Federal. O afastamento aconteceu menos de um mês depois de ele chefiar a operação que fez buscas em endereços do ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles.

Batizada de Akuanduba, a operação liderada por Perazzoni apura se o ministro atuou em favor de madeireiros que exportaram matéria-prima de maneira ilegal. O delegado, apesar da decisão, continua à frente da investigação envolvendo Salles.

A remoção do delegado da função de chefia foi vista por grande parte de seus pares como uma represália pela investigação contra Salles. Segundo fontes da PF, a decisão de tirar Perazzoni da função foi da própria Superintencia do DF e não da direção-geral do órgão.  

Documentos aos quais a coluna teve acesso mostram que a proposta da Superintendência do DF era de tirar Perazzoni desta chefia para promovê-lo ao posto de número três na hierarquia do órgão local, como chefe da Delegacia Regional de Investigação e Combate ao Crime Organizado do DF. Uma consulta foi feita sobre essa movimentação à área dos recursos humanos da PF em 5 de maio, dias antes da operação contra Salles. O movimento de promoção, no entanto, até agora não se concretizou.

Em um despacho emitido nesta terça-feira pelo chefe de gabinete da Direção-Geral do órgão, Marcelo Andrade, afirmava que Perazzoni foi indicado para outra função e que, por isso, o processo interno sobre sua saída do comando da Delegacia de Repressão à Corrupção e Crimes Financeiros do DF deveria ser encerrado. Cinco minutos depois, um novo despacho assinado também por Marcelo Andrade apareceu no sistema encerrando o processo de saída de Perazzoni da área sem contemplá-lo com a promoção. 

Essa não é a primeira mudança na PF ligada a ações contra o ministro do Meio Ambiente. Um dia após apresentar uma noticia-crime contra Salles no Supremo Tribunal Federal, o superintendente da PF no Amazonas, Alexandre Saraiva, foi afastado desse posto e removido para Volta Redonda (RJ).

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