Veja o que se sabe sobre morte de cavalos por suspeita de intoxicação
Por: Jadson Lima
10 de janeiro de 2025
MANAUS (AM) – Vinte e dois cavalos morreram desde o dia 1° de janeiro deste ano em três haras de Manaus e de Presidente Figueiredo (AM), município localizado a 117 quilômetros da capital amazonense. A Polícia Civil do Amazonas (PC-AM) informou, nessa quinta-feira, 9, que a principal hipótese da linha de investigação sobre o caso é de que os animais foram vítimas de intoxicação alimentar.
As primeiras mortes foram registradas no Haras Nilton Lins, no bairro Flores, na Zona Centro-Sul de Manaus. Ao todo, o número de animais mortos no local chegou a 12, conforme as autoridades policiais. Oito mortes também foram registradas em outro haras da capital amazonense, localizado no bairro Tarumã, na Zona Oeste da cidade, e dois cavalos morreram no interior do Estado. Outros animais também estão doentes e são acompanhados por especialistas.

Em entrevista coletiva concedida nesta quinta-feira, 9, o delegado-geral adjunto da PC-AM, Guilherme Torres, afirmou as equipes da Delegacia Especializada em Crimes contra o Meio Ambiente e Urbanismo (Dema) investigam a origem do alimento que pode ter causado as mortes dos animais. Além disso, peritos criminais e técnicos da Agência de Defesa Agropecuária e Florestal do Estado do Amazonas (Adaf) elaboram um laudo após a coleta de material dos cavalos mortos.
“Foram feitas necrópsias nos cavalos e os peritos estão analisando [o material para elaboração do laudo]. É uma situação complexa, porque são vários animais e tem que ser analisado não só a qualidade do feno, mas outras situações, como o armazenamento e distribuição, além da produção do alimento […] Tudo está sendo feito para esclarecer e evitar novas mortes de outros animais“, disse.

Apesar das mortes, os haras não foram interditados pelas autoridades. De acordo com Torres, os estabelecimentos continuarão funcionado, porque até o momento não há prova concreta sobre possível negligência dos proprietários. Ele mencionou a responsabilização das pessoas que foram responsáveis pela produção do alimento, caso a intoxicação seja comprovada.
“As investigações não mostram que foi algo doloso. Pelo o que está sendo desenvolvido foi algo culposo, mas a gente precisa verificar, pela causa, a responsabilização das pessoas que foram responsáveis pela produção desse alimento, se for comprovado que realmente [os animais foram vítimas de] intoxicação alimentar”, afirmou a autoridade.
Em nota divulgada na terça-feira, 9, o Haras Nilton Lins afirmou que segue adotando todas as medidas e assistência veterinária permanente e individualizada, conforme o protocolo específico de cada caso. O estabelecimento também afirmou que não houve registro de novos casos de contaminação e alguns animais saíram da lista de emergência.
“Também estamos aguardando os resultados das apurações de exames e testes laboratoriais que estão sendo realizados pelos órgãos responsáveis pelas investigações, com previsão para serem concluídos nas próximas semanas”, diz trecho da nota.
Leia a nota na íntegra:
“O Haras Nilton Lins informa que segue adotando todas as medidas e assistência veterinária permanente e individualizada, conforme o protocolo específico de cada caso. Nenhum novo caso de contaminação foi registrado e alguns animais saíram da lista de emergência.
O Haras também comunica que segue em colaboração com os órgãos competentes e fiscalizadores do setor, que estão realizando o acompanhamento in loco, de todos os procedimentos realizados no estabelecimento.
Também estamos aguardando os resultados das apurações de exames e testes laboratoriais que estão sendo realizados pelos órgãos responsáveis pelas investigações, com previsão para serem concluídos nas próximas semanas.
Por fim, reforçamos nosso compromisso com a segurança, a saúde e o bem-estar dos animais e agradecemos o apoio e a colaboração da sociedade, que está manifestando sua solidariedade neste momento.“