Veja quais agremiações do Rio de Janeiro vão apresentar samba-enredos amazônicos
29 de janeiro de 2024

Da Revista Cenarium*
RIO DE JANEIRO (RJ) – Na última edição do Carnaval do Rio de Janeiro, em 2023, duas escolas de samba homenagearam a fé, o imaginário de mitos, lendas amazônicas e os bois-bumbás Garantido e Caprichoso.
Com o tema “A Invenção da Amazônia: um delírio do imaginário de Júlio Verne”, a Porto da Pedra foi destaque na Marquês de Sapucaí, enquanto a Unidos da Vila Isabel homenageou o Festival de Parintins com o enredo “Nessa festa, eu levo fé”, no Grupo Especial.
Neste ano, no Carnaval de 2024, ícones culturais da região também foram escolhidos para brilhar na passarela do samba, nos enredos da Acadêmicos do Salgueiro e da Império de Casa Verde.
Com o título “Hutukara”, que na língua Yanomami significa “o céu original a partir do qual se formou a terra”, o samba-enredo do Grêmio Recreativo Escola de Samba Salgueiro pretende levantar a bandeira pela defesa da Amazônia e exaltar o povo Yanomami, um dos mais atingidos por conflitos ligados à mineração.

Leia mais: ‘Hutukara’: Salgueiro escolhe enredo sobre mitologia Yanomami para Carnaval 2024
Veja um trecho dos enredos:
“Você diz lembrar do povo Yanomami em dezenove de abril,
Mas nem sabe o meu nome e sorriu da minha fome,
Quando o medo me partiu
Você quer me ouvir cantar em Yanomami pra postar no seu perfil
Entre aspas e negrito, o meu choro, o meu grito, nem a pau Brasil!”.
Leia mais: Amazonense potencializa voz dos povos indígenas no Carnaval carioca

A Império de Casa Verde, por sua vez, vai homenagear a cantora e compositora, “a cabocla mística”, Fafá de Belém, no Carnaval de 2024, com o enredo: “Fafá, a Cabocla Mística em Rituais da Floresta”.
Com mais de 30 álbuns gravados, Fafá de Belém é uma lenda da música popular brasileira e uma das principais representantes da cultura nortista nacionalmente.
A narrativa vai contar a história da artista por meio de aspectos de sua vida e carreira, que se relacionam, misticamente, com a amazonidade das tradições, festejos culturais e religiosos dos povos originários e ribeirinhos. Veja um trecho do enredo:
“Estrela que nasce sob o céu de Kanapi
Senhora das águas, tem o lume de Jaci
Melodia dos romeiros, do vento e da chuva
É Maria dos Jurunas, todo mundo quer ouvir”.