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Amazonense potencializa voz dos povos indígenas no Carnaval carioca
A bailarina Cleia Santos (Reprodução/Redes Sociais/@cleia.nsds)
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19 de janeiro de 2024
Da Revista Cenarium*
MANAUS (AM) – Carnaval 2024. Com a flecha para tocar o coração da sociedade não indígena, a representatividade da bailarina amazonense Cleia Santos no Carnaval do Rio de Janeiro simboliza não só a expressão cultural do Estado, mas de todo o País. Integrante do Corpo de Dança do Amazonas (CDA), Cleia faz parte da comissão de frente do Grêmio Recreativo Escola de Samba Acadêmicos do Salgueiro, que leva para a Marquês de Sapucaí o enredo “Hutukara”, exaltando o povo indígena Yanomami.
A amazonense destaca a grande responsabilidade que é transpor em cena uma cultura que se revela tão forte em suas vivências. Considerando um grande acontecimento, ela ressalta as altas expectativas para o desfile da escola carioca.
“Eu me sinto representando todos os povos indígenas na avenida e isso é de uma responsabilidade e uma força muito grande. Acho que isso se dá pelas questões que eu vivo. Eu tenho sangue indígena, que é muito latente na minha vida. A gente vai fazer um trabalho incrível e será um desfile muito potente e representativo”, enfatiza Cleia.
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O CDA é um dos corpos artísticos do Governo do Estado do Amazonas, coordenado pela Secretaria de Cultura e Economia Criativa. E foi durante a turnê da companhia, no Rio de Janeiro, que Cleia recebeu o convite dos dirigentes do Salgueiro.
Com vocação para a dança desde a infância, a amazonense deu os primeiros passos artísticos aos 8 anos, em um projeto social da Zona Leste de Manaus, onde construiu uma base forte como artista, chegando ao Balé Experimental do CDA aos 15 e, com muita dedicação, integrando-se ao elenco do corpo artístico em 2018, aos 19 anos. Atualmente, ela se destaca em espetáculos com temática indígena.
“Foi muito importante percorrer esses três caminhos, porque em cada um deles eu fui amadurecendo a minha dança e a minha arte. Hoje, no CDA, busco aprimorar, cada vez mais, esses conhecimentos, vivenciando o que a companhia tem para oferecer e fazendo parte de espetáculos como o ‘Mata’, que também fala sobre esse apagamento histórico dos povos indígenas e ‘TA – sobre ser grande’, que segue o mesmo tema”, conclui.
Levando um tema reflexivo para a Marquês de Sapucaí, a agremiação salgueirense pretende levantar a bandeira pela defesa da Amazônia. A escola de samba denuncia problemas como saúde pública, garimpo, desnutrição e malária, que ainda persistem na Terra Indígena Yanomami (TIY), apesar das medidas de ajuda ao longo desse período.
Com direito à estátua na penúltima alegoria, o indigenista Bruno Pereira e o jornalista inglês Dom Phillips, mortos em junho de 2022, nas proximidades do município de Atalaia do Norte, no Amazonas, serão lembrados pela Acadêmicos do Salgueiro. A ministra dos Povos Indígenas, Sonia Guajajara, além de outras lideranças indígenas, também participará do desfile da vermelha e branca em fevereiro.
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