‘A igreja não pode silenciar diante da tragédia Yanomami’, declara novo bispo de Roraima


27 de março de 2023
‘A igreja não pode silenciar diante da tragédia Yanomami’, declara novo bispo de Roraima
Milhares de fiéis compareceram ao evento (Divulgação)
Bianca Diniz – Da Revista Cenarium

BOA VISTA (RR) – No último sábado, 25, a Diocese de Roraima recebeu o novo bispo, Dom Evaristo Pascoal Spengler, em uma cerimônia solene em Boa Vista. Milhares de fiéis compareceram ao evento, que contou com a presença de representantes da Igreja Católica de todo Brasil e Itália.

O novo bispo enfatizou o compromisso da igreja com os povos indígenas e com a migração venezuelana, ressaltando a importância de não se calar perante as violações de direitos humanos sofridas pelos indígenas Yanomami.

“A Igreja de Roraima reafirma, uma vez mais, o seu compromisso com os povos indígenas na defesa de sua vida e dos seus territórios. A igreja também reafirma o seu compromisso com todos os migrantes”, afirmou Dom Evaristo, que também destacou a importância de não se calar diante dos últimos acontecimentos no Estado.

“Neste momento presente, a igreja não pode silenciar diante da tragédia Yanomami, diante de suas terras invadidas pelo garimpo, que lhes rouba o território, a saúde, a paz e os meios de produção. Enfim, lhes rouba a vida”, ressaltou.

Após mais de um ano sem um líder religioso, Diocese de Roraima recebe Dom Evaristo Pascoal Spengler como novo bispo.(Divulgação/Franciscanos)

Cerimônia

Durante a cerimônia, a Pastoral dos Migrantes entregou o Tau, acompanhado de fotos da realidade migrante do Estado de Roraima, simbolizando o compromisso da igreja em acolher e proteger os migrantes. Além disso, os povos indígenas participaram ativamente da missa, cantando e lendo a Bíblia em sua língua materna. A Diocese de Roraima estava há mais de um ano sem líder religioso.

Cerimônia Solene de apresentação do novo bispo de Roraima (Divulgação)

Trajetória

Dom Evaristo Pascoal Spengler é um religioso franciscano nascido em Gaspar (SC), em 1959. Ele entrou para a Ordem dos Frades Menores em 1977 e fez a profissão solene em 1982, sendo ordenado presbítero em 1984. Durante dez anos, atuou como missionário em Angola, tendo sido presidente da Fundação Imaculada Mãe de Deus de Angola de 2003 a 2006. Em 2010, retornou ao Brasil e assumiu a função de Vigário Paroquial em Duque de Caxias (RJ), sendo eleito definidor e coordenador da Fraternidade de Imbariê, em 2012.

Em 2016, foi eleito vigário provincial e secretário da Evangelização no Capítulo Provincial. Em 2022, ele se tornou bispo prelado da Prelazia do Marajó, sucedendo a Dom Frei José Luiz Azcona. Além de presidir a Comissão Especial Pastoral para o Enfrentamento ao Tráfico Humano, Dom Evaristo Spengler é membro da Comissão Especial Episcopal para a Amazônia e presidente da Rede Eclesial Pan-Amazônica.

Leia também: No AM, bispos divulgam nota de solidariedade aos Yanomami e responsabilizam Bolsonaro por crise humanitária

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