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No AM, bispos divulgam nota de solidariedade aos Yanomami e responsabilizam Bolsonaro por crise humanitária
Da esquerda para direita: dom Edmilson Tadeu Canavarros, dom Edson Tasquetto Damiam e dom Zenildo Luiz Pereira (Reprodução)
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22 de janeiro de 2023
Daniel Amorim – Da Revista Cenarium
MANAUS – Diante da repercussão do estado de abandono do Povo Yanomami, em Roraima (RR), que sofre com fome e falta de assistência médica, bispos do Amazonas, que integram a Regional Norte 1 da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), publicaram uma carta de indignação e solidariedadeàs condições precárias de sobrevivência dessas comunidades.
“Estarrecidos e profundamente indignados“, afirmam dom Edson Tasquetto Damian, presidente da Diocese de São Gabriel da Cachoeira; dom Edmilson Tadeu Canavarros, vice-presidente da Arquidiocese de Manaus; e dom Zenildo Luiz Pereira, secretário da Diocese de Borba, em carta divulgada no sábado, 21.
O grupo responsabilizou “as ações genocidas e ecocidas do governo federal anterior, que liberou as terras indígenas já homologadas para o garimpo ilegal e a extração de madeira, que destroem a floresta, contaminam as águas e os rios, geram doenças, fome e morte. Mais de 570 crianças já perderam a vida”.
Leia o documento na íntegra:
A carta foi divulgada no mesmo dia em que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) esteve em Roraima para visitar Casa de Apoio do Índio (Casai), na capital Boa Vista. O presidente disse que ficou chocado ao ver fotos da situação dos Yanomami.
“Se alguém me falasse da forma que o povo Yanomami era tratado, eu não acreditaria. Eu, por acaso, tive acesso a fotos essa semana. As fotos me abalaram, porque não pude entender como um País como o Brasil, com as condições que tem o Brasil, pôde deixar os nossos indígenas abandonados como eles estão aqui. Nós vamos tratar os nossos indígenas como seres humanos responsáveis por aquilo que somos”, declarou o presidente.
Na sexta-feira, 20, o Ministério da Saúde (MS) decretou Estado de Emergência para combater a falta de assistência entre os indígenas. Uma equipe do órgão chegou na semana passada à comunidade Surukuku, na Terra Indígena (TI) Yanomami, em Roraima, para acompanhar e elaborar um levantamento sobre a situação da saúde da população local. De acordo com o MS, essa estratégia visa restabelecer o acesso à saúde de qualidade aos povos em meio à invasão do garimpo ilegal.
A atividade, associada ao tráfico de drogas, de armas e à lavagem de dinheiro, causa prejuízos a 273 aldeias Yanomami, conforme levantamento do Ministério. A contaminação de mercúrio, desnutrição, fome e falta de acesso a medicamentos são as causas da mortalidade das crianças que vivem na região.
A Terra Indígena Yanomami é considerada a mais extensa do Brasil, com cerca de 9 milhões de hectares. É habitada por 28 mil indígenas em mais de 300 comunidades que falam seis línguas diferentes. Grupos isolados também vivem na região.
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