‘A igreja não pode silenciar diante da tragédia Yanomami’, declara novo bispo de Roraima

Milhares de fiéis compareceram ao evento (Divulgação)
Bianca Diniz – Da Revista Cenarium

BOA VISTA (RR) – No último sábado, 25, a Diocese de Roraima recebeu o novo bispo, Dom Evaristo Pascoal Spengler, em uma cerimônia solene em Boa Vista. Milhares de fiéis compareceram ao evento, que contou com a presença de representantes da Igreja Católica de todo Brasil e Itália.

O novo bispo enfatizou o compromisso da igreja com os povos indígenas e com a migração venezuelana, ressaltando a importância de não se calar perante as violações de direitos humanos sofridas pelos indígenas Yanomami.

“A Igreja de Roraima reafirma, uma vez mais, o seu compromisso com os povos indígenas na defesa de sua vida e dos seus territórios. A igreja também reafirma o seu compromisso com todos os migrantes”, afirmou Dom Evaristo, que também destacou a importância de não se calar diante dos últimos acontecimentos no Estado.

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“Neste momento presente, a igreja não pode silenciar diante da tragédia Yanomami, diante de suas terras invadidas pelo garimpo, que lhes rouba o território, a saúde, a paz e os meios de produção. Enfim, lhes rouba a vida”, ressaltou.

Após mais de um ano sem um líder religioso, Diocese de Roraima recebe Dom Evaristo Pascoal Spengler como novo bispo.(Divulgação/Franciscanos)

Cerimônia

Durante a cerimônia, a Pastoral dos Migrantes entregou o Tau, acompanhado de fotos da realidade migrante do Estado de Roraima, simbolizando o compromisso da igreja em acolher e proteger os migrantes. Além disso, os povos indígenas participaram ativamente da missa, cantando e lendo a Bíblia em sua língua materna. A Diocese de Roraima estava há mais de um ano sem líder religioso.

Cerimônia Solene de apresentação do novo bispo de Roraima (Divulgação)

Trajetória

Dom Evaristo Pascoal Spengler é um religioso franciscano nascido em Gaspar (SC), em 1959. Ele entrou para a Ordem dos Frades Menores em 1977 e fez a profissão solene em 1982, sendo ordenado presbítero em 1984. Durante dez anos, atuou como missionário em Angola, tendo sido presidente da Fundação Imaculada Mãe de Deus de Angola de 2003 a 2006. Em 2010, retornou ao Brasil e assumiu a função de Vigário Paroquial em Duque de Caxias (RJ), sendo eleito definidor e coordenador da Fraternidade de Imbariê, em 2012.

Em 2016, foi eleito vigário provincial e secretário da Evangelização no Capítulo Provincial. Em 2022, ele se tornou bispo prelado da Prelazia do Marajó, sucedendo a Dom Frei José Luiz Azcona. Além de presidir a Comissão Especial Pastoral para o Enfrentamento ao Tráfico Humano, Dom Evaristo Spengler é membro da Comissão Especial Episcopal para a Amazônia e presidente da Rede Eclesial Pan-Amazônica.

Leia também: No AM, bispos divulgam nota de solidariedade aos Yanomami e responsabilizam Bolsonaro por crise humanitária

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