‘A sobrevivência do mais rico’: relatório defende aumento na tributação dos bilionários

O estudo traz inúmeros dados e, em resumo, defende aumento na tributação dos bilionários (Reprodução)
Priscilla Peixoto – Da Revista Cenarium

MANAUS – “Pela primeira vez, em 30 anos, a riqueza extrema e a pobreza extrema cresceram simultaneamente“, é o que afirma o relatório da Oxfam lançado durante o Fórum Econômico de Davos 2023. O estudo intitulado “A sobrevivência do mais rico – por que é preciso tributar os super ricos agora para combater as desigualdades” traz inúmeros dados e, em resumo, defende o aumento na tributação dos bilionários.

A desigualdade é uma das questões mais relevantes da atualidade e, se não for reduzida, tem potencial para exacerbar muitas das nossas atuais divisões sociais. Seu enfrentamento, portanto, deve ter lugar de destaque em nossas agendas políticas, e este relatório apresenta uma maneira importante, mas não explorada o suficiente, de fazer exatamente isso: tributar os ricos“, destaca o estudo.

O documento de 58 páginas aponta que os CEOs mais bem pagos do mundo tiveram 9% de aumento de salários em 2022, enquanto trabalhadores tiveram corte de 3,19%. O texto destaca ainda outros dados, como a parcela 1% mais rica do mundo, que ficou com quase dois terços de toda a riqueza gerada desde o ano de 2020. Essa parcela alcança uma média de US$ 42 trilhões, que é seis vezes mais do que os 7 bilhões de pessoas que compõem os 90% mais pobres da humanidade.

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O texto estima que 8% do patrimônio financeiro familiar, em nível mundial, ou 10% do PIB global, estão
em paraísos fiscais. A publicação ressalta que empresas de alimentos e energia mais do que dobraram seus lucros em 2022, pagando 257 bilhões de dólares a acionistas ricos, enquanto mais de 800 milhões de pessoas foram dormir com fome.

Conforme o texto, um imposto de até 5% sobre os super ricos do mundo poderia arrecadar 1,7 trilhão de dólares por ano, o suficiente para tirar 2 bilhões de pessoas da pobreza e financiar um plano global
para acabar com a fome.

Tributar os mais ricos não é mais uma opção – é uma obrigação. A desigualdade global explodiu e não
há melhor maneira de lidar com a desigualdade do que redistribuir a riqueza. Como mostra o relatório da
Oxfam, o 1% mais rico embolsou quase dois terços de toda a nova riqueza, nos últimos dois anos, quase o
dobro do dinheiro dos 99% mais pobres da população mundial
“, consta o documento.

Sugestões

O relatório pede a governos e instituições internacionais que trabalhem juntos para implementar com
urgência os cinco conjuntos de recomendações, são elas:

Criar impostos solidários de incidência única sobre o patrimônio e impostos sobre lucros inesperados para impedir que se lucre com a crise;

Aumentar, permanentemente, os impostos do 1% mais rico para um mínimo de 60% de sua renda oriunda de trabalho e capital, com alíquotas mais altas para milionários e bilionários;

Tributar o patrimônio do 1% mais rico, segundo alíquotas altas o suficiente para reduzir a desigualdade;

Dar poder às administrações públicas e tributárias para rastrear a riqueza das pessoas e
empresas mais ricas
;

Romper a apropriação da política e garantir participação igualitária na formulação de políticas fiscais“.

Leia o documento na íntegra:

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