Abin alertou Governo Bolsonaro sobre aumento da Covid-19 em cidades da Amazônia

Indígena faz teste para detectar Covid-19. (Altemar Alcantara/Semcom-Manaus)
Marcela Leiros – Da Revista Cenarium Amazônia*

MANAUS – Sob o Governo de Jair Bolsonaro (PL), a Agência Brasileira de Inteligência (Abin) alertou sobre o avanço da Covid-19 em cidades da Amazônia localizadas na fronteira, como Manaus (AM), Tabatinga (AM), Pacaraima (RR), Boa Vista (RR), Oiapoque (AP), Brasiléia (AC) e Assis Brasil (AC), afirma a Agência Folhapress. O documento foi mantido em sigilo, aponta o site.

O site de notícias revelou que a Abin e o Gabinete de Segurança Institucional (GSI) elaboraram mais de 1.100 relatórios, entre março de 2020 e julho de 2021, para alimentar discussões do comitê de ações sobre a pandemia, coordenado pela Casa Civil. Relatório da agência de 7 de maio de 2020 detalhou o avanço da doença nas cidades fronteiriças e, ainda, o risco da doença para populações indígenas.

Sobre Tabatinga, o relatório apontava que tanto a cidade quanto a vizinha Letícia, na Colômbia, apresentavam números crescentes de casos da doença, ambas com “estrutura insuficiente para conter a pandemia”.

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A cidade apresenta número crescente de casos de Covid-19, enquanto sua vizinha, Letícia (COL) tem a maior taxa de incidência de Covid-19 por habitante na Colômbia. Ambas as cidades permanecem com infraestrutura de saúde insuficientes para conter a pandemia“, aponta o relatório.

Relatório da Abin de 7 de maio de 2020 avaliou avanço da Covid em cidades de fronteira. Documento de março daquele ano afirmava que 'medidas como essas [distanciamento social] podem reduzir o tempo para que a epidemia alcance o pico do número de caos de contágio'
Trecho do documento divulgado pela Folhapress apontou os alertas nas cidades da Amazônia. (Reprodução)
Garimpo e desmatamento

A Folhapress apontou, ainda, que o governo também foi alertado do avanço do garimpo e do desmatamento durante a pandemia. Relatório de 11 de maio disse que havia indícios de expansão do garimpo ilegal na Amazônia e que indígenas poderiam ser contaminados por quem trabalha na área, o que era preocupante devido à falta de anticorpos das etnias contra a doença.

De acordo com a Apib, a expansão do Sars-Cov-2 entre a população autóctone é preocupante, uma vez que a falta de anticorpos das etnias e a ausência de infraestrutura de atendimento poderiam dizimar populações inteiras“, disse o documento, segundo a Folhapress.

Em 11 de fevereiro de 2021, relatório sobre insumos hospitalares no Amazonas apontou que indígenas na região do Vale do Javari, “onde há grande influência de evangélicos“, estavam se recusando a receber a vacina contra a Covid-19.

(*) Com informações da Folhapress

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