Fase de risco para Covid-19 no AM está ligada a outros casos de gripe; taxa de ocupação de leitos clínicos é de 16%

O governador do Amazonas, Wilson Lima, visita leitos em hospital do Estado. (Secom)

Luís Henrique Oliveira – Da Revista Cenarium

MANAUS – A possível mudança de escore da Covid-19, no Amazonas, de baixo risco (fase amarela) para risco moderado (fase laranja) está relacionada ao aumento de outros casos de gripe, não ligados ao novo coronavírus, causador da Covid-19, como aponta estudo da Fundação de Vigilância em Saúde do Amazonas Dra. Rosemary Costa Pinto (FVS-RCP), divulgado nesta quarta-feira, 8.

A taxa de ocupação hospitalar para Covid-19, em leitos clínicos, é considerada baixa, 16,05%, segundo a FVS/RCP. O cálculo de risco para pandemia é realizado com base na evolução de doenças inseridas no grupo de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG), que entre elas, está a Covid-19. Hoje, o Amazonas está com 70% da “população vacinável” imunizada com até a segunda dose da vacina contra Covid-19.

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Tabela mostra atual taxa de ocupação de leitos na capital e no interior. (Arte: Catarine Hak/ CENARIUM)

A diretora-presidente da FVS-RCP, Tatyana Amorim, destaca que o Amazonas enfrenta o inverno amazônico, também conhecido como período chuvoso, que segue de novembro a maio.

“Além do novo coronavírus, estão circulando vírus que podem levar a complicações clínicas e internações hospitalares. Por isso, é tão importante que todos façam uso das medidas preventivas à Covid-19”, afirma Amorim.

Entre os vírus que circulam o Estado nesse período chuvoso estão Influenza A e B, Vírus Sincicial Respiratório (VSR), Adenovírus, Parainfluenza, Coronavírus e Metapneumovírus. Todos inclusos no sistema da SRAG.

O boletim da FVS informa que, nos últimos 14 dias, houve aumento na média diária de casos da infecção no Amazonas por SRAG, aumentando de 24 para 32 casos por dia em Manaus e de 46 para 80 diários no interior do Estado.

Média diária

A variação influenciou na pontuação da avaliação do risco de transmissibilidade do vírus de 8 pontos, em 11 de novembro, para 9 pontos em 6 de dezembro. O escore é o limite para a fase amarela e se aproxima da fase laranja que é indicada de 10 a 14 pontos.

“O estudo mostra que a variação está ancorada no aumento de casos de SRAG (Síndrome Respiratória Aguda Grave) registrados nos últimos 14 dias, que incluem os casos graves de Covid-19”, explicou a diretora-presidente da FVS. 

Especificamente sobre o cenário epidemiológico de Covid-19, o boletim destaca que, nos últimos 14 dias, houve aumento na média diária de casos da infecção no Amazonas, aumentando de 24 para 32 casos por dia em Manaus e de 46 para 80 diários no interior do Estado.

No último pico da pandemia da Covid-19, janeiro a fevereiro de 2021, a fase mais crítica do Amazonas, o Estado chegava a registrar mais de 4 mil infectados ao dia e mais de 250 mortes diárias por Covid-19.

Taxa de ocupação

Além de acompanhar os registros de infecção, a Fundação de Vigilância em Saúde do Amazonas, também, atua na análise da segurança da estrutura de atendimento em Saúde na rede hospitalar das áreas pública e privada. Com base nisso, a instituição emitiu dados sobre as ocupações de leitos para Covid-19 no Amazonas.

Em Manaus, a taxa de ocupação de leitos clínicos com pacientes infectados pelo novo coronavírus, na rede pública estadual, é de 16,5% e em leitos de Unidades de Terapia Intensiva (UTI) é de 39,71%.

No interior do Amazonas, a taxa de ocupação de leitos clínicos em hospitais públicos do Estado, com pacientes identificados com Covid-19, é de 1,6% e de leitos de UTI é 0%, conforme apontou levantamento da FVS/RCP.

Os números sobre taxa de ocupação hospitalar da Fundação de Vigilância em Saúde foram atualizados na manhã desta quinta-feira, 9, e repassado pela assessoria de imprensa do órgão.

A FVS informou ainda que, nos últimos 14 dias, houve redução de 8% no número de leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) ocupados por pacientes com Covid-19 na rede de saúde pública do interior e capital.

UTI no interior

Neste ano, pela primeira vez, o interior do Amazonas recebeu estrutura para leitos de Unidade de Terapia Intensiva. A primeira ala de alta complexidade foi inaugurada no município de Parintins (a 369 quilômetros de Manaus), cidade que serve de polo de atendimento para mais outras cidades.

Até então, pacientes que necessitavam de UTI só conseguiam tratamento em Manaus. Na pandemia, os municípios do interior entraram em colapso por conta da Covid e, além da falta de leitos, sofreram com demora nas transferências para a capital.

No pico da segunda onda, em janeiro, o sistema de Saúde do Amazonas chegou a ter mais de 600 pessoas aguardando por um leito de Covid, com pacientes que chegaram a esperar até 72 horas para conseguir uma vaga na capital.

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