AGU se manifesta a favor do tratamento digno a mulheres vítimas de violência sexual

Mulher sentada de cabeça baixa com uma das mãos fazendo sinal de pare (Reprodução/Jusbrasil)
Da Revista Cenarium*

BRASÍLIA (DF) – Violência. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva defendeu na terça-feira, 23, no Supremo Tribunal Federal (STF), a procedência da ação que pretende garantir que vítimas de crimes sexuais sejam tratadas de forma digna durante a tramitação de processos.

No parecer elaborado pela Advocacia-Geral da União (AGU), Lula e o órgão se manifestaram a favor do entendimento para impedir que juízes avaliem a vida sexual pregressa da vítima.

A ação chegou ao Supremo no fim do ano passado por meio da Procuradoria-Geral da República (PGR). O órgão quer impedir a desqualificação moral de mulheres que denunciam crimes sexuais.

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Ao concordar com os argumentos da procuradoria, a AGU entendeu que fatos alheios à investigação em curso não podem ser avaliados contra a mulher denunciante.

“Forte no reconhecimento do direito fundamental de todas e de cada vítima de crimes contra a dignidade sexual a um tratamento digno em todas as esferas do Poder Público, conclui-se que é vedado às partes e a seus advogados fazerem menção à vida sexual pregressa ou ao modo de vida da vítima, em audiência de instrução e julgamento de crimes contra a dignidade sexual”, opinou a AGU.

Punhos cerrados representando a violência física contra uma mulher (Reprodução)
Mari Ferrer

Um dos casos que motivou a ação da PGR ocorreu com a modelo e influenciadora digital Mariana Ferrer em 2018. Durante audiência na qual prestou depoimento na condição de vítima de estupro, ela foi constrangida pelo advogado do acusado.

O episódio provocou a aprovação da Lei Mari Ferrer, norma que protege vítimas e testemunhas de constrangimentos.

No ano passado, o juiz responsável pelo caso, Rudson Marcos​, foi advertido pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ).

Leia mais: Vítimas de violência sexual serão prioridade na vacinação contra HPV no Amazonas
(*) Com informações da Agência Brasil
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