Alunos de comunidade ribeirinha de Porto Velho retornam à escola depois de 5 anos sem transporte fluvial

Em nota, o Ministério Público de Rondônia (MPRO) afirmou que acompanha o caso e que vai verificar se o serviço será oferecido continuamente (Reprodução)
Iury Lima – Da Revista Cenarium

VILHENA (RO) – O drama de 850 crianças de uma comunidade ribeirinha da capital de Rondônia, Porto Velho, chegou ao fim nesta sexta-feira, 17. Depois de ficarem cinco anos sem poder frequentar a escola por causa da falta de transporte fluvial, os estudantes, finalmente, retornaram às salas de aula.

As voadeiras, cedidas pelo governo de Rondônia, chegaram logo nas primeiras horas da manhã na Comunidade Terra Firme, que fica na zona ribeirinha da cidade. O trajeto até a escola cruza o Rio Madeira.

Cerca de 850 crianças e adolescentes foram afetados, durante cinco anos, por falta de transporte escolar fluvial em Porto Velho (Reprodução)

Defasagem escolar

Mesmo com a comemoração pelo retorno às aulas, o prejuízo deixado pelo tempo sem ir à escola é o atraso no ensino. Muitos desses estudantes, com idade escolar para cursar o ensino médio, ainda precisam concluir o ensino fundamental. 

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E este novo ano letivo também começa com perdas: diferentemente de todos os outros estudantes do Estado de Rondônia, crianças e adolescentes que vivem na zona ribeirinha do Médio e Baixo Madeira entram, pela primeira vez, em 2023, em uma sala da aula, 11 dias depois do retorno oficial na rede estadual, que foi em 6 de fevereiro.

Em nota, o Ministério Público de Rondônia (MPRO) afirmou que acompanha o caso e que vai verificar se o serviço será oferecido continuamente.

Impedidos de estudar pelo crime

Os problemas relacionados ao transporte escolar fluvial na capital de Rondônia é um problema que se arrasta desde 2018. A Polícia Federal (PF) apontou servidores da prefeitura de Porto Velho e empresários como integrantes de uma organização criminosa suspeita de fraudar licitações da Secretaria Municipal de Educação (Semed) relacionadas ao transporte.

Naquela época, o transporte fluvial era oferecido pela administração pública de Porto Velho. A transferência do serviço para o Estado ocorreu após denúncias e ações judiciais.

Em dezembro do ano passado, a Justiça estabeleceu que o Estado de Rondônia tinha 60 dias para regularizar a oferta de transporte fluvial para os estudantes ribeirinhos. Em nota, o Ministério Público de Rondônia (MPRO) afirmou que acompanha o caso e que vai verificar se o serviço será oferecido continuamente.

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