‘Amazônia não ficou esquecida’, diz Dom Leonardo Steiner, arcebispo de Manaus, após ser anunciado como cardeal

Dom Leonardo Steiner. (Reprodução/ CNBB)
Marcela Leiros – Da Revista Cenarium

MANAUS — O arcebispo de Manaus Dom Leonardo Steiner falou, na manhã desta segunda-feira, 30, sobre ter sido escolhido pelo Papa Francisco como o primeiro cardeal da Amazônia brasileira. A nomeação ocorreu pelo próprio chefe da Igreja Católica nesse domingo, 29, no Vaticano. Steiner afirmou que ficou surpreso e enfatizou a importância do Papa olhar para a região.

“É uma alegria ter um cardeal na Amazônia, que não ficou esquecida pelo Papa”, disse o arcebispo à imprensa. “Nós sabemos como o Papa Francisco tem um carinho especial pela Amazônia e pelas igrejas que estão na Amazônia. Sabemos que no tempo da pandemia ele teve a delicadeza de ligar para nós. E com essa nomeação ele mostra o quanto está próximo das nossas igrejas e da nossa região”.

Além de Dom Leonardo Steiner, o papa escolheu outros 20 nomes para cardeais, entre eles, o brasileiro e arcebispo de Brasília Dom Paulo Cezar. A cerimônia com os novos cardeais deve ocorrer em 27 de agosto, sendo, inclusive, o primeiro ato solene desde novembro de 2020. Os cardeais escolhidos irão compor o Colégio Cardinalício, responsável pela eleição do Papa, caso necessário.

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“O Papa está olhando para as periferias, para onde a igreja pode ser muito viva, onde pode ir construindo sua história, como a igreja da Amazônia tem construído sua história. Eu me alegro de poder participar agora mais intensamente da construção dessa igreja, que deseja ser cada vez mais missionária, presente e uma igreja cada vez mais viva”, acrescentou.

O arcebispo tem 71 anos. Antes dos 80 anos de idade, os cardeais ainda podem votar e ser votados para ser o novo papa, em caso de renúncia ou morte do atual chefe da Igreja Católica.

Novos cardeais

Com o novo corpo de cardeais, a partir de agosto, o Vaticano passa a ter 90 países representados dentro do Colégio Cardinalício, sendo 69 deles cardeais eleitores num eventual conclave. Em 2013, cardeais eleitores europeus eram a maioria e representavam cerca de 56% do total, porém, desde que assumiu, o papa Francisco tem aberto espaço e dado voz a regiões menos centralizadas, como África, Ásia e Oceania.

Além da escolha dos brasileiros, Timor-Leste, Paraguai, Singapura e Mongólia passam a ter representantes no atual Colégio Cardinalício. Na página oficial Vaticano News, é possível conferir a relação completa dos novos cardeais.

Texto publicado neste domingo, 29 (Reprodução/Vaticano News)

Dom Leonardo Steiner

Dom Leonardo Steiner é franciscano (nomeado bispo por São João Paulo 2), foi secretário-geral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil  (CNBB) por dois mandatos, nomeado bispo auxiliar de Brasília por Bento 16, e arcebispo de Manaus pelo papa Francisco. Nasceu em 6 de novembro de 1950, em Forquilhinha, Estado de Santa Catarina.

Fez a profissão religiosa na Ordem dos Frades Menores, em 2 de agosto de 1976, ordenado sacerdote em 21 de janeiro de 1978. Estudou Filosofia e Teologia nos Franciscanos de Petrópolis. Steiner também é bacharel em Filosofia e Pedagogia na Faculdade Salesiana de Lorena e fez doutorado em Filosofia na Pontifícia Universidade Antonianum, em Roma.

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