Os dois ex-governadores viajaram juntos nesta quinta-feira, 28. Melo viajou de jatinho com Amazonino para o município de Manicoré (a 332 quilômetros de Manaus) com um grupo de políticos, dentre eles, o filho de Amazonino, Armando Mendes, e o ex-deputado Humberto Michiles, ambos cogitados a serem vice na chapa do grupo.
O Ministério Público Federal (MPF) denunciou José Melo, em 2018, e cinco ex-secretários por integrarem organização criminosa apontada como responsável por promover desvios milionários de verbas federais destinadas à saúde, investigados pela Polícia Federal (PF) nos desdobramentos da operação “Maus Caminhos”.
Segundo a PF, os valores ultrapassaram mais de R$ 200 milhões. Edilene Gonçalves Gomes e duas funcionárias da Secretaria de Saúde também são rés na ação penal. A ação penal detalha as condutas criminosas de cada um dos denunciados que compõem o núcleo político da organização criminosa.
Pelo inquérito, o então governador do Amazonas, José Melo, liderava o grupo formado pelo secretariado que compactuava com os crimes de corrupção cometidos pelos réus da Operação “Maus Caminhos”.
A denúncia do MPF apontou que Melo avalizou e permitiu a continuidade do esquema, que começou a operar desvios antes de sua gestão como governador. A denúncia assinala ainda que Melo nomeou pessoas de confiança, “as quais, cada uma na sua área, assentiriam e colaborariam diretamente com a livre atuação da organização criminosa, sempre mediante o pagamento de propina”.
Na ação, o MPF pediu a condenação dos denunciados pelo crime previsto na Lei nº 12.850, de 2 de agosto de 2013, que prevê pena de três a oito anos de prisão a quem “promover, constituir, financiar ou integrar” organização criminosa.
A denúncia é resultado das operações “Custo Político” e “Estado de Emergência”, deflagradas pela Polícia Federal, em conjunto com o MPF e a Controladoria-Geral da União (CGU), que tem o objetivo de investigar o envolvimento de políticos do Amazonas no esquema de corrupção desvendado pela Operação “Maus Caminhos”.
Modus operandi
O documento, de 162 páginas, assinado pelo procurador da República Alexandre Jabur, explica de que maneira funcionava o núcleo político do grupo criminoso, formado pelo ex-governador e os ex-secretários.
Pela apuração do MPF, durante o Governo Melo, os gestores públicos denunciados eram diretamente beneficiados por um esquema de distribuição de propina e outras vantagens, criado para manter e colaborar com os desvios de verba pública coordenados pelo médico Mouhamad Moustafa, principal réu da operação Maus Caminhos e apontado como líder da organização criminosa.
(*) Com informações do Ministério Público Federal (MPF)
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