Após destituição de Castillo, Dina Boluarte assume como primeira presidente do Peru

Da Revista Cenarium*

LIMA – O Congresso do Peru oficializou nesta quarta-feira, 7, a vice-presidente do País, Dina Boluarte, como chefe de Estado, após uma tentativa fracassada do, agora, ex-presidente Pedro Castillo de tentar destituir o Parlamento. Ela se torna a primeira mulher presidente da nação sul-americana.

Ao ser empossada, Boluarte pediu trégua política aos parlamentares e disse que pretende instalar um governo de unidade nacional, com um “gabinete de todos os sangues”. Segundo ela, sua primeira ação como presidente será combater a corrupção, com o apoio do Ministério Público e da Controladoria.

Apesar de aliada a Castillo, logo após o anúncio do esquerdista, Boluarte o acusou de “perpetrar a quebra da ordem constitucional”. “É um golpe que agrava a crise política e institucional que a sociedade peruana terá que superar com estrito cumprimento da lei”, escreveu em sua conta no Twitter.

A decisão de Castillo foi ignorada pelos parlamentares que aprovaram a moção de vacância do político populista. O mecanismo, uma espécie de impeachment, foi aprovado com 101 votos a favor, 6 contra e 10 abstenções – eram necessários 87 votos para a aprovação. O resultado, aliás, é bem superior às últimas duas votações que tentaram tirar o atual presidente do poder sob acusações de corrupção e “incapacidade moral”.

Dina Boluarte, 60, formou-se como advogada pela Universidade de San Martín de Porres e se especializou em Direito Administrativo e Gestão Pública, Direito Constitucional, Direito Processual Constitucional e Direitos Humanos.

Além de vice-presidente, ela foi nomeada ministra do Desenvolvimento e Inclusão Social do governo de Castillo, logo após sua posse. Em novembro, porém, ela abandonou o cargo após nomeação de Betssy Chávez como presidente do Conselho de Ministros – espécie de primeira-ministra do País.

A agora nova chefe de Estado é filiada ao Perú Libre, partido de esquerda, ao qual Castillo também fazia parte quando foi eleito presidente, em julho do ano passado. Ele, no entanto, abandonou a legenda, em junho, e a sigla foi para a oposição.

Castillo é acusado pelos ex-correligionários de não ter colocado em prática o programa do partido nem de ter cumprido as promessas eleitorais. Em vez disso, a legenda afirma que o presidente vinha implementando um “programa neoliberal perdedor”.

Nesta quarta, após a tentativa fracassada de destituir o Parlamento, Castillo foi detido pela Polícia Federal peruana, na Prefeitura de Lima, após deixar o Palácio de Governo. Ainda é incerto o futuro do esquerdista.

(*) Com informações da Folhapress