Boletim da Fiocruz aponta aumento de casos de Covid-19 em três capitais da Amazônia

A tendência observada em 20, de 27 unidades da federação, está presente, especialmente, na população adulta e nas faixas etárias acima de 60 anos (Divulgação)
Gabriel Abreu – Da Revista Cenarium

MANAUS – O boletim semanal InfoGripe, da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), divulgado nesta terça-feira, 29, mostrou que três capitais da Amazônia: Belém, Boa Vista e São Luís seguem registrando aumento de casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) por Covid-19. A tendência observada em 20, de 27 Unidades da Federação (UF), está presente, especialmente, na população adulta e nas faixas etárias acima de 60 anos.

O estudo aponta para aumento nas tendências de curto (últimas três semanas) e longo prazo (últimas seis semanas) e é compatível com os números de Covid-19. Referente à Semana Epidemiológica (SE) 47, período de 20 a 26 de novembro, a análise tem como base os dados inseridos no Sistema de Informação de Vigilância Epidemiológica da Gripe (Sivep-Gripe) até o dia 28 de novembro.

“A tendência de aumento na incidência de SRAG nessas capitais é sinal de que a circulação viral e os contágios por diferentes agentes infecciosos aumentaram muito nas últimas 6-8 semanas. No entanto, como seguimos mergulhados em uma pandemia de Covid-19 é mais do que razoável assumir que o SARS-COV-2 é o principal agente infeccioso. A tendência é de mais e mais casos novos com as aglomerações da Copa do Mundo e festas/agitações típicas de fim de ano, infelizmente”, explicou o epidemiologista da Fiocruz Jesem Orellana.

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O especialista criticou as medidas sanitárias adotadas pelos Estados para barrar a disseminação da Covid-19. “Parece que dois anos de pandemia não foram suficientes para que tomadores de decisão e população entendessem que o SARS-COV-2, em particular, a surpreendente Ômicron e suas descendentes, vieram para ficar e podem surpreender novamente”, concluiu Jesem.

Outro ponto que também chama atenção na atualização é a retomada do crescimento dos casos associados ao Vírus Sincicial Respiratório (VSR) em crianças pequenas, nos três Estados da Região Sul. Em São Paulo, o VSR mantém presença expressiva nas crianças de 0 a 4 anos.

Mapa da Covid-19 no Brasil

Prevenção

O pesquisador Marcelo Gomes orienta que a população mantenha cuidados básicos, como o uso de máscaras adequadas (preferencialmente N95 ou PFF2) em ambientes de maior exposição ao vírus, como: transporte público, locais fechados ou mal ventilados, aglomerações e nas unidades de saúde.

É extremamente importante ter esse cuidado para termos um final de ano com menor impacto possível, dado esse cenário epidemiológico que está muito claro em todo País”, explica o coordenador do InfoGripe.

Os dados indicam para maior incidência de SRAG por Sars-CoV-2 em todas as faixas etárias, com maior destaque na população adulta. Nas últimas quatro semanas epidemiológicas, a prevalência entre os casos com resultado positivo para vírus respiratórios foi de 3,4% para influenza A; 0,1% para influenza B; 12,1% para VSR; e 71,3% para Sars-CoV-2 (Covid-19). Entre os óbitos, a presença destes mesmos vírus, entre os positivos, foi de 1,9% para influenza A; 0,0% para influenza B; 0,4% para VSR; e 95,4% para Sars-CoV-2.

Estados

Vinte, das 27 unidades federativas, apresentam crescimento moderado na tendência de longo prazo até a SE 47: Alagoas, Bahia, Ceará, Distrito Federal, Goiás, Maranhão, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Pará, Paraíba, Paraná, Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro, Roraima, Santa Catarina, Sergipe e São Paulo.

Capitais

Dezenove das 27 capitais apresentam crescimento moderado na tendência de longo prazo até o mesmo período: Aracaju (SE), Belém (PA), Belo Horizonte (MG), Boa Vista (RR), plano piloto e arredores de Brasília (DF), Campo Grande (MS), Curitiba (PR), Florianópolis (SC), Fortaleza (CE), Goiânia (GO), João Pessoa (PB), Maceió (AL), Natal (RN), Recife (PE), Rio de Janeiro (RJ), Salvador (BA), São Luís (MA), São Paulo (SP) e Teresina (PI).

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