Boletim Infogripe divulga queda dos casos de Covid-19 e elevação de infecções respiratórias em crianças

O VSR é o principal responsável pelas infecções agudas que afetam brônquios e pulmões de recém-nascidos e prematuros (Reprodução/Internet)
Da Revista Cenarium*

RIO DE JANEIRO – O boletim semanal Infogripe, divulgado nesta quinta-feira, 4, pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), revela uma tendência de queda dos casos de Covid-19 entre os registros de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG). De outro lado, o levantamento chama atenção para as infecções pelo Vírus Sincicial Respiratório (VSR) entre crianças. Além disso, aponta aumento das ocorrências de influenza A e B em diversos Estados.

A SRAG é uma complicação respiratória que demanda hospitalização e está associada, muitas vezes, ao agravamento de alguma infecção viral. O paciente pode apresentar desconforto respiratório e queda no nível de saturação de oxigênio, entre outros sintomas.

Os dados atualizados apontam que, nas últimas quatro semanas epidemiológicas, a Covid-19 estava relacionada a 29,5% dos casos de SRAG com resultado positivo para alguma infecção viral. Já o VSR representou 48,6%. Quando se observa apenas os quadros de SRAG que evoluíram a óbito, 65,8% estão associados à Covid-19.

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Ao todo, o Brasil já registrou, em 2023, um total de 19.250 casos de SRAG com resultado laboratorial positivo para algum vírus respiratório (Sumaia Villela/Agência Brasil)

O VSR é uma das principais causas de infecções das vias respiratórias e pulmões em recém-nascidos. Ele é responsável por, aproximadamente, 75% das bronquiolites e 40% das pneumonias em crianças até 2 anos. Nessa faixa etária, cerca de 10% a 15% dos casos demandam internação hospitalar. Em adultos cardiopatas ou com problemas crônicos no pulmão, o VSR também pode gerar quadros que necessitam mais cuidados.

De acordo com o boletim, 17 das 27 unidades da federação registram sinal de crescimento de ocorrências de SRAG na tendência de longo prazo. Em sete delas, o avanço dos casos se relaciona, fundamentalmente, com a infecção de VSR entre o público infantil: Espírito Santo, Maranhão, Pará, Paraíba, Rio Grande do Norte, Rondônia e Sergipe.

Pesquisadores da Fiocruz explicam que, embora não exista imunizante para esse vírus, infecções podem ser evitadas levando as crianças para tomar as vacinas contra a gripe e contra a Covid-19. Isso porque, elas terão menos risco de desenvolverem problemas respiratórios, evitando a ida aos hospitais, onde ficariam mais expostas ao VSR.

Leia também: Crianças de 5 a 11 anos começam a receber dose de reforço da vacina contra a Covid-19 em Manaus

Entre a população adulta, o levantamento da Fiocruz aponta que a Covid-19 se mantém predominante nos registros de SRAG associados a alguma infeção viral. No entanto, seu impacto vem se reduzindo, ao mesmo tempo em que surgem casos de influenza A e influenza B.

O Boletim Infogripe leva em conta as notificações de SRAG registradas no Sivep-gripe, sistema de informação mantido pelo Ministério da Saúde e alimentado por Estados e municípios. A nova edição, disponibilizada na íntegra, no portal da Fiocruz, se baseia em dados referentes à semana entre 16 e 22 de abril.

Ao todo, o Brasil já registrou, em 2023, um total de 19.250 casos de SRAG com resultado laboratorial positivo para algum vírus respiratório. Destes, 4,2% são referentes à influenza A; 4% à influenza B; 37% ao VSR e 44% à Covid-19. Outros 4.926 ocorrências estão em fase de análise.

(*) Com informações da Agência Brasil
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