Bolsonaro diz que Fachin é ‘trotskista leninista’ por causa de voto contra o marco temporal

O presidente Jair Bolsonaro, durante cerimônia em Brasília Foto: Ueslei Marcelino/ Reuters)

Com informações do Infoglobo

SÃO PAULO — O presidente Jair Bolsonaro acusou nesta quarta-feira o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Edson Fachin de ser “trotiskista lenista” por causa do seu voto pela revisão do marco temporal para a demarcação de terras indígenas. Ao discursar em evento na sede da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiespe), Bolsonaro ainda disse que se for reeleito no ano que vem terá “40% do Supremo a seu favor” porque poderá escolher mais dois ministros para a Corte.

Para uma plateia de empresários, o presidente afirmou que caso o marco temporal seja revistoterá que tomar uma medida porque a mudança vai “inviabilizar o agronegócio no País”.

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Em agosto, o STF começou a julgar se a demarcação de terras indígenas deve seguir o critério do marco temporal, pela qual os indígenas teriam direito somente às terras que ocupavam em 5 de outubro de 1998, data da promulgação da Constituição.

Primeiro a votar, Fachin foi favorável à revisão, que permitiria aos indígenas reivindicar outras terras. Kassio Nunes Marques, ministro indicado por Bolsonaro, votou contra. Em seguida, o ministro Alexandre de Moraes pediu vista.

“O Fachin votou pelo novo marco temporal, não é novidade. Trotskista, leninista.  Kassio empatou. Vista está com o nosso Alexandre de Moraes. Não sei qual vai ser o voto dele, ou quando vai ser.  Se perdermos, eu vou ter que tomar uma decisão porque eu entendo que esse novo marco temporal, simplesmente, enterra o Brasil”, disse Bolsonaro, em seu discurso.

Trotskistas são seguidores das ideias de Leon Trotski, um dos heróis da revolução de 1917 que implantou o regime socialista na Rússia. Já leninistas são seguidores de Vladimir Ilyich Ulianov, também herói da revolução russa e que chegou a governar o País entre 1917 e 1924..

Antes de falar sobre o marco temporal, Bolsonaro destacou que poderá indicar mais dois ministros para o Supremo caso seja reeleito.  

 “Quem se eleger no ano que vem, tem duas vagas para o Supremo em 23. Vamos supor que eu seja candidato. Eu vou ter 40% a meu favor dentro do Supremo. A favor de mim ou de minhas ideias que vocês já conhecem quais são”, afirmou.

O presidente também falou sobre as suas expectativas em relação ao ministro André Mendonça, aprovado pelo Senado na semana passada para uma vaga no Supremo.

 “Indicamos a segunda pessoa para o STF. Pode ter certeza., não vou pedir nada para ele. Tudo o que vi ao longo de três anos no André Mendonça ele vai cumprir no Supremo. Pautas conservadoras, econômicas, entre outras. Não vamos ter sobressalto com ele. Indicação de quem? Pressionado por quem? Pra ser indicado pra lá, tem que tomar tubaína comigo. Tem que olhar pra ele em campo e ele sabre o que tem de fazer, senão não dá certo”, destacou.

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